Prevenção é atitude: cuidados com a saúde de homens e mulheres

Prevenção é atitude: cuidados com a saúde de homens e mulheres
Texto: Rosiney Bigattão

Outubro Rosa e Novembro Azul são muito mais do que campanhas de conscientização. São convites à responsabilidade com a própria saúde — e com a de quem está ao nosso lado.

Na Aegea, uma live especial reuniu colaboradores de todas as unidades para uma conversa esclarecedora sobre prevenção do câncer de mama e do câncer de colo de útero, os dois mais incidentes entre as mulheres, abordados na campanha do Outubro Rosa; e o câncer de próstata, o segundo que mais acomete homens no Brasil, tema do Novembro Azul.

A médica Luciana Farias, gerente de Saúde Ocupacional da Aegea, abriu a conversa destacando a importância da informação:

“A prevenção é o melhor caminho. Não devemos esperar os sintomas aparecerem para agir. Quanto antes identificamos qualquer alteração, maiores são as chances de cura.”

Câncer de mama: um cuidado para todos

A Dra. Carolina Alves Lima, coordenadora médica do Trabalho na Águas do Rio, trouxe dados atualizados sobre os cânceres femininos mais prevalentes, como o de mama e o de colo de útero, e fez um alerta importante:

“O câncer de mama também pode atingir homens. Embora raro, exige cuidados: qualquer alteração na região mamária deve ser investigada por todos, independentemente do gênero.”

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são esperados 73 mil novos casos de câncer de mama em 2025 no Brasil. A doença é a principal causa de morte por câncer entre mulheres, mas a taxa de cura chega a 95% quando o diagnóstico é precoce.

A mamografia, principal exame de rastreamento, agora é recomendada a partir dos 40 anos no SUS, e o autoexame segue importante como forma de autoconhecimento, embora não substitua os exames clínicos. Carolina reforça:

“Notar nódulos, alterações na pele da mama, secreções anormais ou mudança no formato são sinais de alerta. Ao menor sinal, procure um médico. Isso vale para mulheres e homens.”

Ela destacou ainda que mulheres negras têm 40% mais chance de morrer por câncer de mama do que mulheres brancas, devido, principalmente, à desigualdade no acesso ao diagnóstico e tratamento. A nova diretriz de rastreamento ajuda a combater essa realidade, ampliando o acesso ao exame desde os 40 anos.

HPV e câncer do colo de útero

Ainda sob responsabilidade da Dra. Carolina, a live abordou o câncer de colo de útero, terceiro mais frequente entre as mulheres no país. A principal causa da doença é a infecção pelo vírus HPV, transmitido sexualmente.

“A vacina contra o HPV é a melhor forma de prevenção. Ela está disponível no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos. É uma forma de proteger o futuro”, explicou.

A médica também destacou a importância do Papanicolau e dos exames preventivos periódicos, além de manter o uso de preservativos nas relações sexuais como forma de proteção contra o HPV e outras ISTs.

Novembro Azul: um alerta à saúde dos homens

Na segunda parte da live, a Dra. Mayara Azzolini Goncalez, médica do Trabalho na Águas Guariroba, com atuação em Campo Grande (MS), trouxe o foco para o câncer de próstata — o segundo tipo de câncer que mais mata homens no Brasil, atrás apenas do de pulmão.

“É uma doença silenciosa. Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas, o que torna o diagnóstico precoce ainda mais fundamental”, disse.

Segundo o INCA, 48 homens morrem por dia no Brasil pela doença, e a estimativa é de 71 mil novos casos em 2025.

Homens com mais de 50 anos devem procurar um urologista para avaliação, mas aqueles com histórico familiar, negros, obesos ou expostos a substâncias químicas (como arsênio e derivados de petróleo) devem começar a prevenção a partir dos 45 anos.

Os principais exames preventivos são:

  • PSA (exame de sangue)
  • Toque retal
  • Ultrassonografia

“Para maior precisão, é importante evitar relações sexuais por 72 horas, não andar de bicicleta ou moto nesse período e manter jejum de 4 horas antes do exame de sangue”, orientou a médica.

Os sintomas, quando aparecem, incluem dor ou ardor ao urinar, sangue na urina ou sêmen, aumento da frequência urinária noturna, fluxo fraco e até dores ósseas em casos avançados com metástase.

O tratamento depende do estágio da doença, idade e estado clínico do paciente, podendo incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia ou vigilância ativa, quando o tumor é acompanhado sem intervenção imediata.

Respeito, informação e responsabilidade

Além das orientações médicas, um tema importante foi o papel da cultura organizacional no incentivo ao cuidado. Mayara alertou:

“Evitem piadas ou brincadeiras que desencorajem colegas a procurar ajuda. A prevenção é um ato de coragem, merece respeito e apoio.”

A live foi encerrada com um chamado para que todos levem esse compromisso adiante. “Cuidar da sua saúde é também cuidar de quem está ao seu lado”, disse Luciana. “Leve essa informação para casa, compartilhe com quem você ama. A saúde é um compromisso coletivo.”