Desde o começo das chuvas que assolaram o Estado, a Corsan segue cumprindo, em regime de força-tarefa e ininterruptamente, um plano de contingência para recuperar as estações de captação, tratamento e distribuição de água à população.
Todas as 67 estruturas severamente danificadas foram reparadas em tempo recorde e o abastecimento foi restabelecido nessas cidades. Equipes de emergência continuam realizando reparos pontuais nas estruturas. A força-tarefa envolve 5.000 colaboradores diretos e indiretos da Companhia.
Cenário do Estado
Em 10 dias, o acumulado de chuva no Rio Grande do Sul foi de 420 mm. Em alguns municípios, chegou a 730mm. Os números são muito acima do normal, pois segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, acima de 50 mm é considerada chuva muito forte, violenta.
Com as enchentes, o cenário no Rio Grande do Sul ficou assim (dados de 22 de maio):
• Municípios afetados: 447 (quatro vezes o verificado em set/23)
• Pessoas afetadas: 2.3 milhões
• Óbitos: 151
• Desaparecidos: 104
• Desalojados: 540 mil
• Pessoas em abrigos: 77 mil
• Residências sem energia: 243 mil
• Bloqueios em rodovias: 146
O Aeroporto Internacional de Porto Alegre, que permanece alagado, está com as operações paralisadas até agosto de 2024.
Localidades mais atingidas
• Região central: cidade de Santa Maria.
• Vale do Rio Pardo: cidades de Santa Cruz do Sul e Sinimbu.
• Vale do Taquari: Lajeado, Estrela, Arroio do Meio e Roca Sales.
• Vale do Caí: São Sebastião do Caí e Montenegro.
• Região Metropolitana: Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba, Alvorada, Viamão, São Leopoldo, Cachoeirinha, Gravataí, Esteio e Sapucaia.
Principais desafios para o abastecimento
Com as enchentes, grande parte das instalações de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto ficaram alagadas. Com isso, não havia nenhuma condição de operação.
Além da inundação, não havia energia elétrica para a operação de bombas e motores. A vegetação e os destroços trazidos pelas enchentes obstruíram as redes de captação de água.
O alagamento das vias públicas dificultou o acesso às áreas afetadas, bem como aos materiais da cadeia de suprimentos. Houve danos sérios à infraestrutura e aos equipamentos.
Situação do desabastecimento
No início das enchentes, em 30 de abril, eram 100 mil unidades domiciliares sem abastecimento. No pico da situação, dia 4 de maio, o número subiu para 906 mil. Em 16 de maio, com as intervenções realizadas, o desabastecimento caiu para 132 mil economias, conforme mostra o gráfico.
Mobilização da Corsan: 5.000 colaboradores envolvidos
Dos municípios declarados em Estado de Emergência, 236 são atendidos pela Corsan nas regiões Central, Nordeste, Metropolitana e Sinos.
Destes, 67 estavam com estruturas alagadas, falta de energia elétrica, obstrução da captação por destroços e vegetação. Com a mobilização, o abastecimento foi restabelecido em 65 deles.
Um trabalho em tempo recorde que contou com uma força-tarefa da Corsan que mobilizou 5.000 colaboradores diretos e indiretos no reparo das estruturas atingidas e na retomada do abastecimento.
Ações além da conta
- Uso de cinco equipes de mergulhadores para consertar sistemas submersos.
- Instalação de 80 geradores (em muitos locais sobre balsas).
- Implantação de 98 novas bombas.
- Recuperação de quadros elétricos.
- Drenagem de casas de máquinas.
- Construção de contenções para evitar novas inundações.
Barcos, tratores, helicópteros e flutuantes construídos pela empresa
Nos municípios em que os acessos foram bloqueados, seja por inundação ou rompimento de vias, as equipes e equipamentos chegaram por barcos, tratores e helicópteros ou por flutuantes construídos pela empresa.
Região Metropolitana de Porto Alegre
A situação permanece crítica nas Estações de Tratamento de Água Rio Branco, em Canoas, e na Estação Esteio, que abastecem as cidades de Esteio e Sapucaia do Sul, que estão submersas e sem acesso por terra.
As chuvas e o nível da água, que continua alto, dificultam os trabalhos de drenagem e de contenção em estruturas alagadas; reparos em equipamentos e em infiltrações dos reservatórios, e na recomposição de quadros de comando e conserto de bombas, entre outros.
Concentração de esforços para levar água tratada
Enquanto a enchente não recua, cerca de 750 colaboradores concentram seus esforços para fornecer água tratada a aproximadamente 350 mil pessoas. A população está sendo atendida também por meio de reservatórios temporários, fixos e móveis, em pontos de maior adensamento.
O Plano de Contingência inclui o fornecimento de água a hospitais e abrigos por meio de caminhões-pipa. Foram enviados 78 caminhões-pipa para atender unidades hospitalares, 300 abrigos e comunidades das cidades de Esteio, Sapucaia e Canoas.
Foram colocadas em prática as seguintes medidas:
- Instaladas cinco Estações Móveis de Tratamento de Água, sendo três ETAs móveis no terreno da Votorantim, em Esteio; uma ETA móvel no terreno cedido pela Gerdau, em Sapucaia do Sul, e outra ETA móvel na Cohab de Sapucaia do Sul;
- Implantação de aproximadamente 10 km de adutoras que interligam os sistemas Esteio-Sapucaia e Canoas.
- Perfuração e conexão de 15 poços à rede.
- Disponibilização de 85 reservatórios (fixos e móveis) para a população coletar água.
Programas de isenções
Ainda para ajudar as famílias a enfrentarem esse momento tão difícil na história do Rio Grande do Sul, 906 mil imóveis em 67 municípios, entre inundados e desabastecidos, serão contemplados pelo programa de isenções.
IMÓVEIS INUNDADOS
- Isenção da conta de água por 2 meses (maio e junho),
- Se forem clientes da Tarifa Social, são 6 meses de Isenção.
IMÓVEIS DESABASTECIDOS
- Os afetados por desabastecimento contínuo terão isenção de pagamento do serviço básico de maio, pagando apenas pelo consumo.
Qualidade da água
A Corsan reafirma a garantia da qualidade da água que é fornecida à população. A empresa segue trabalhando com todos os processos de tratamento necessários.
A rotina de análises da água segue a Portaria 888 do Ministério da Saúde e é adequada à realidade do momento para assegurar o padrão de qualidade de sempre.
É importante lembrar que todas as etapas de tratamento são intensamente fiscalizadas pelas agências reguladoras e pelos órgãos ambientais competentes, o que garante ainda mais o padrão de qualidade necessário para o fornecimento.
A concessionária realiza uma grande variedade de testes (cerca de 500 análises/dia por estação), nas diversas etapas e pontos do tratamento para garantir a qualidade da água fornecida à população.
Entre os inúmeros exames executados pela Corsan, podemos destacar as análises microbiológicas, que verificam a presença de organismos patogênicos, como bactérias, vírus e protozoários, também os testes de desinfecção, que medem os níveis de substâncias usadas na desinfecção da água, além dos testes para detecção de metais pesados.
Trabalho ininterrupto
A Corsan vai continuar atuando, sem medir esforços e nem poupar recursos para restabelecer o abastecimento de água à população, no menor prazo possível, mesmo enfrentando os efeitos da maior calamidade pública da história do Rio Grande do Sul.