Dúvidas sobre vacinar ou não? Live mostra importância da vacinação

Dúvidas sobre vacinar ou não? Live mostra importância da vacinação
Texto: Rosiney Bigattão

O Programa Nacional de Imunizações do Sistema Único de Saúde faz do Brasil referência mundial em vacinação. O SUS garante à população acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela OMS, a Organização Mundial de Saúde.

Mas apesar disso, muitas pessoas têm deixado de se vacinar ou de levar os filhos para a vacinação. Um dos motivos é a desinformação que circulou na pandemia da COVID-19 e deixou sequelas, segundo avaliaram pesquisadores na Jornada Nacional de Imunizações, em Florianópolis, em setembro do ano passado.

Segundo dados do Ministério da Saúde, publicados no Portal do Instituto Butantan, mais de 60% dos municípios brasileiros não atingiram a meta de 95% de cobertura vacinal recomendada em 2023  para as vacinas aplicadas durante o primeiro ano de vida. Para outras, há uma melhora, mas a situação é preocupante.

Live mostra conquistas da vacinação no Brasil

Para mostrar a importância da vacinação, sanar dúvidas de colaboradores e aumentar a conscientização para a prevenção de doenças, a Corsan Aegea (RS), fez uma live sobre os assuntos por meio do programa Vida em Equilíbrio.

Especialista em Saúde Pública e em Saúde da Família, a enfermeira Cristina Orlandi mostrou como o avanço da vacinação no país permitiu a diminuição da mortalidade infantil, principalmente por causa das doenças imunopreveníveis. 

Foi possível também erradicar doenças como a varíola, a primeira vacina desenvolvida, em 1804, e controlar outras como o sarampo.

Outros benefícios da vacinação é a diminuição de formas graves das doenças e de sequelas, como a do HPV, recente ainda no SUS, mas que auxilia na prevenção de alguns tipos de câncer.

Outro impacto positivo foi o aumento da expectativa de vida, que passou de 45 anos na década de 40 para 76,6 anos, em 2019.

Números da COVID-19

Infelizmente, os números da pandemia da COVID-19 apontam para o poder da vacinação. Foram mais de 38 milhões de casos da doença, com quase 711.502 mortos (dados de 17 de abril no Painel Coronavírus).

“A COVID-19 nos pegou de surpresa e foi preciso desenvolver a vacina muito rapidamente, porém é importante ressaltar, que já existia estudos para o SARs-COV desde 2002, e eles foram aproveitados. Mesmo assim, foi um ano para desenvolver a vacina”, contou.

Vacina da dengue

Uma vacina bastante esperada foi a da dengue, que está sendo disponibilizada pelo SUS para algumas faixas etárias porque os laboratórios ainda não conseguem atender à demanda.

“Crianças e adolescentes têm prioridade por oferecerem maior risco de doença grave por segunda infecção, números de hospitalizados e eficácia”, explica. 

“Mesmo com todos esses aspectos, hoje vacinar e atingir o maior número da população ainda é um grande desafio”, afirmou a especialista.

Como as vacinas agem

Vacinas são substâncias biológicas que têm a capacidade de proteger o organismo causando uma resposta biológica. Ou seja, é introduzido o vírus ou uma bactéria para que o nosso corpo consiga fazer um treinamento sem adoecer, gerando uma resposta imunológica sem desenvolver a doença.

Elas podem ser inativadas, feitas a partir de partículas de vírus ou bactéria mortas, ou atenuadas, com vírus ou bactérias vivas, mas o potencial de adoecimento é retirado. Estas últimas causam uma resposta imunológica de mais tempo, ao tempo que as inativas exigem doses de reforço para ter uma imunidade satisfatória.

Existe um certo temor – será que eu vou adoecer? As vacinas são desenvolvidas segundo critérios rigorosos em cinco etapas de estudo. “Quando chega na fase de testes em humanos a vacina já está com uma taxa de virulência totalmente zerada, então é muito segura, neste sentido”, disse.

As frentes de imunização

São duas grandes frentes para a vacinação no país. O Programa Nacional de Imunizações do SUS, que escolhe as vacinas segundo as doenças mais predominantes no território nacional. Até mesmo pessoas que vieram de outros países podem se vacinar, algo que não é visto em outras realidades.

A segunda é a da Sociedade Brasileira de Imunizações, que tem calendários de vacinação mais extensos, usados pelas redes particulares. É por meio dele que empresas como a Aegea conseguem disponibilizar vacinas aos seus colaboradores.

Campanhas da Aegea

Em 2024, a Aegea está oferecendo duas vacinas: a da gripe e hepatite A. Esta última é para quem atua diretamente nos sistemas de água e esgoto das unidades. É feito também o exame.

A campanha da gripe começou em abril e vai até o final de maio. A vacina é a quadrivalente, para quatro tipos de vírus da gripe, enquanto a do SUS é trivalente. Os colaboradores devem ficar de olho na programação de suas unidades. “A profilaxia é muito importante, é qualidade de vida. Doentes somos privados de trabalhar, de ter lazer, de conviver com a família. Além disso, o custo dos medicamentos está muito alto, podem ser evitados com a vacinação”, afirma Andreia Natalia Caetano, Técnica em Enfermagem do Trabalho da Aegea. “A adesão dos colaboradores tem sido muito grande”, finaliza.