Ensinar transforma: a história de quem semeia o futuro

Ensinar transforma: a história de quem semeia o futuro
Texto: Amanda Romero e Rosiney Bigattão

No saneamento há seis anos, a analista de Responsabilidade Social da Águas de Sorriso (MT), Polyana Cristiny Farias da Rosa, faz das estações de tratamento de água e esgoto verdadeiras salas de aula. Ela é uma das profissionais que recebe os alunos e professores das escolas públicas do Programa Portas Abertas.

“Quando recebemos um professor ou um aluno que não sabe como a água é tratada, como chega até sua casa e a importância que tem para a saúde, sabemos que estamos plantando uma sementinha, pois é um conhecimento que vai impactar positivamente em toda a vida deles”, afirma.

Visitas guiadas

O Portas Abertas tem como objetivo ampliar o conhecimento da população sobre o funcionamento do saneamento básico, além de incentivar o uso consciente da água e reforçar a transparência da operação. As visitas são guiadas e mostram como é, na prática, o ciclo completo do cuidado com a água e o esgoto, desde a captação até a devolução do efluente tratado na natureza.

Se a comunidade escolar não pode ir à empresa, a empresa vai até a escola por meio do Saúde Nota 10 ou do Sanear. São programas que levam informações sobre saneamento e os seus impactos positivos para as pessoas e para o meio ambiente.

“O resultado é muito positivo. Recentemente, uma das turmas fez uma maquete mostrando a presença da água na natureza e a importância do saneamento na nossa vida. Então, é um conhecimento que vão levar para sempre, e é gratificante saber que estamos fazendo a diferença na vida deles”, conta Polyana.

Educação: construção do futuro

Bem longe dali, no CEI Nova Esperança, em Palhoça (SC), a professora Amanda Ezírio também é inspiração. Formada em Pedagogia pela UDESC e filha de professora, Amanda aprendeu desde cedo que educação é mais do que transmissão de conhecimento — é construção de futuro.

Um aprendizado que ela compartilha todos os dias na sala da turma do GT5. O pequeno espaço guarda algo especial, com um poder transformador. Entre brinquedos, materiais pedagógicos e vozes curiosas, cresce um sentimento que vai além do conteúdo programático: o de pertencimento e cuidado com o mundo ao redor.

Ensinar com propósito: uma escolha que vem de casa

Amanda Ezírio fez da pedagogia sua escolha de vida — e da natureza, sua principal aliada. Criada em meio aos sítios dos avós e ensinamentos do pai sobre o respeito aos animais e ao meio ambiente, ela transformou essas vivências em ferramenta de ensino e as traduziu por meio de lições ligadas ao saneamento.

Tudo começou com uma composteira feita em sala. A ideia era falar sobre reciclagem, resíduos e sustentabilidade, mas a turma queria mais. “As crianças perguntavam se a gente podia cuidar do lixo da creche, do meio ambiente. Estavam envolvidas de verdade”, conta. Assim nasceu o projeto Jardim do Futuro.

De Olho no Óleo: conscientização e reciclagem

Assim como o trabalho feito por Polyana em Mato Grosso, a iniciativa em Santa Catarina envolveu crianças, famílias e até a comunidade, incentivando atitudes sustentáveis dentro e fora da escola. “Quando vimos o interesse das crianças, percebemos que podíamos ir além. Queríamos envolver todos, colocar a mão na massa”, conta Amanda.

A iniciativa cresceu e se conectou ao De Olho no Óleo, outro projeto da Aegea que carrega o viés da sustentabilidade. Ele tem como objetivo conscientizar a população sobre o descarte correto do óleo de cozinha usado e promover sua reciclagem. Assim, o óleo usado ganha o destino correto, por meio de cooperativas ou ONGs parceiras.

Em Santa Catarina, nas concessionárias de Palhoça, Penha, Camboriú, São Francisco do Sul e Bombinhas, foram implantados 22 ecopontos e, de janeiro a agosto deste ano, foram arrecadados mais de 2.000 litros de óleo de cozinha usado.

Com a conexão de toda a comunidade em torno da reciclagem, veio o bazar solidário. Roupas, calçados e brinquedos foram doados por pais, professores e funcionários. A turma cuidou de tudo. E, no fim, eles mesmos contaram o dinheiro e decidiram o que fazer: comprar brinquedos novos para a sala. Educação ambiental, solidariedade e finanças — tudo vivido na prática.

Professores e saneamento: juntos por um futuro mais digno

Ao lado dos programas da Aegea que integram saneamento e educação, o trabalho de Amanda mostra como os professores são agentes de mudança. E que, assim como o saneamento, o trabalho docente é um alicerce invisível, mas essencial para uma sociedade mais justa, saudável e inclusiva.

“O que faço é inspirado pela minha mãe. Ela também é professora e me mostrou o valor de ensinar com amor”, diz Amanda. É essa dedicação que faz da sua profissão um exemplo de como grandes mudanças começam em pequenos gestos, repetidos todos os dias, dentro de uma sala de aula.

A força invisível que sustenta o futuro

Polyana, como muitos outros agentes de responsabilidade social da Aegea, também tem uma participação enorme no viés educativo das atividades que realizam. E que saneamento também é isso: levar infraestrutura, sim, mas, sobretudo, abrir espaço para que a comunidade aprenda a cuidar do mundo que a cerca. Neste 15 de outubro, a Aegea faz uma homenagem para quem faz do ensino um ato de cuidado, de presença e de compromisso com o futuro.