Mudanças climáticas exigem esforço coletivo e ações imediatas, apontam especialistas em evento em São Paulo

Mudanças climáticas exigem esforço coletivo e ações imediatas, apontam especialistas em evento em São Paulo.
Texto: Rosiney Bigattão

Logo na abertura, a 35ª edição do Encontro Técnico AESabesp, o Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, e Fenasan, a Feira Nacional de Saneamento, mostrou a urgência do tema proposto. 

“Os eventos extremos estão se antecipando em relação às previsões”, disse Roberval Tavares de Souza, diretor de Engenharia e Inovação da Sabesp.

“Emergência climática. Não podemos minimizar estas palavras. O sistema terrestre é formado por várias partes e muitas delas estão dando mostras de colapsar e algumas dessas rupturas podem ser irreversíveis, chamadas de pontos de não retorno, como pode acontecer com a Amazônia”, apontou o Professor Doutor Cristiano Mazur Chiessi em sua participação no evento. 

Com pós-doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e no MARUM-Center for Marine Environmental Sciences, Alemanha, o geólogo é um dos maiores especialistas em mudanças climáticas no país. 

Brasil tem condições favoráveis de reversão

Ao analisar as fontes brasileiras de geração de gases de efeito estufa, disse que vê condições favoráveis de reversão, desde que seja freada a principal causa – o desmatamento

“O país pode ter liderança no enfrentamento das mudanças climáticas. Mas hoje temos muito discurso e pouca ação. Apesar das metas propostas não estarem indo bem, não podemos parar de acreditar”, afirmou.

Busca por mitigação exige esforços coletivos

“O mundo todo está debatendo os eventos extremos e a Aegea, que  vivenciou na prática dois muito importantes, com as enchentes no Sul e a seca extrema em Manaus, tem uma busca constante por mitigação, um lugar de fala nesse cenário”, disse Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea.

Para ele, “nenhuma empresa, nenhuma nação, sozinhas, têm capacidade e condições de resolver essas questões. Então é importante que a gente trabalhe coletivamente, colaborativamente, somando esforços, energia e conhecimento para poder fazer frente a esses desafios globais”, apontou.

Na quinta, dia 24, último dia do evento, Édison participa da mesa redonda: “Resiliência operacional – adaptação às mudanças climáticas e efeitos das catástrofes materiais nos sistemas de saneamento”. 

Segurança hídrica, resiliência operacional, responsabilidade social corporativa, sustentabilidade dos recursos e cidades inteligentes frente às mudanças climáticas foram outros assuntos abordados. Clique aqui e acesse a programação completa. 

Saneamento no enfrentamento das mudanças climáticas

Bem pertinho dos auditórios do Encontro Técnico, nos mais de 350 estandes da Fenasan, a demonstração de como o saneamento contribui, e pode contribuir muito mais, para o enfrentamento das mudanças climáticas. 

Tecnologias avançadas para o tratamento de água que reduzem o consumo de energia elétrica, bombas e processos que poupam recursos, monitoramento da qualidade da água, coleta de esgoto a vácuo, geo membranas para impermeabilização de solos e toda uma geração de equipamentos ecologicamente corretos que buscam mais eficiência com menor impacto ambiental.

A Aegea na Fenasan

“Nós trouxemos aqui para a Fenasan como a empresa atua no ciclo da água, desde a captação até a destinação final dos efluentes, depois do tratamento. Temos uma sala de imersão que mostra esse cuidado e também a nossa forma de se relacionar nos territórios onde estamos”, explica Maíra Sugawara, coordenadora de Qualidade Ambiental da Aegea.

Mudanças climáticas exigem esforço coletivo e ações imediatas, apontam especialistas em evento em São Paulo.

“Uma das formas de relacionamento é com os fornecedores, para isso, estamos com o time de suprimentos fazendo cadastros, ampliando as parcerias, pois temos atuação nacional que respeita as características locais. Nesse diálogo aqui no estande explicamos quais os nossos diferenciais, o que precisa para ser um potencial parceiro da Aegea”, afirmou Sugawara.

Veja mais sobre o jeito Aegea de atuar clicando aqui

Lugar de encontro, trocas de experiências e aprendizados

“Este ano a Fenasan está bem maior, sempre tem novidades que podem melhorar nossos processos em estações de tratamento de água e esgoto, pois a Aegea tem um foco muito grande em otimização visando menor impacto ambiental”, conta Amanda Fernandes, coordenadora de Processos das Regionais 1 e 2 da Aegea.

“É uma chance de estreitar relacionamentos em um evento tão grandioso como a Fenasan e que nesta edição traz a questão das mudanças climáticas, algo que precisa estar no nosso radar todo o tempo, pois cada um de nós tem um papel muito importante nesse processo”, afirma Bruno Romero, supervisor Administrativo do CAA da Aegea.

“É um aprendizado, muitos fornecedores, muitas tecnologias novas que podemos levar para o Sul”, disse Rafael da Rosa, gestor da unidade Hortênsias, da Corsan, unidade da Aegea no RS.

“Vim para agregar novos fornecedores, principalmente em melhorias em sistemas de abastecimento de água. São oportunidades como essa que conhecemos novas tecnologias e conseguimos implantar em nossas operações”, afirma Aline de Marco, coordenadora de Operações da Corsan.

“Você consegue conversar olho no olho, vê o equipamento funcionando, é muito mais enriquecedor do que uma pesquisa virtual”, completa.

Mais detalhes sobre o evento

Durante os três dias do evento, o tema “Saneamento ambiental: condição fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas” foi dividido em 12 mesas redondas, 8 painéis e palestras especiais, além do Encontro das Universidades e Jogos do Saneamento, as novidades desta edição.

A estimativa é de um público de mais de 30 mil pessoas tanto para a Fenasan, Feira Nacional de Saneamento, quanto para o Encontro Técnico AESabesp, o Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente. Desde o ano passado, o evento se soma à Waste, com foco na Gestão de Resíduos Sólidos. É o maior evento do setor na América Latina.