Recuperação da Baía de Guanabara ganha destaque no Dia do Meio Ambiente

Recuperação da Baía de Guanabara ganha destaque no Dia do Meio Ambiente
Texto: Rosiney Bigattão

“Águas transparentes! Não é só o cartão-postal do Rio nem do Brasil, é o cartão-postal do Sul Global. E faz a gente pensar, né, quanto é que vale uma praia limpa? Não dá nem para a gente calcular. Imagine essa praia cheia de gente, de criança brincando, de escolinha de natação, é isso. Vale a pena a gente recuperar, vale a pena a gente investir na recuperação ambiental da Baía de Guanabara. O resultado está aparecendo”, diz o biólogo Ricardo Gomes, do Instituto Mar Urbano.

A afirmação, gravada em plena Baía de Guanabara, resume o que a imprensa tem mostrado. Como ilustra a capa da Veja Rio, “Esperança à vista”, se renova a crença na possibilidade de recuperação para quem acompanha a situação de um dos maiores ecossistemas do Estado do Rio de Janeiro.

Investimentos trazem mudança de cenário

Na reportagem da Veja Rio de 30 de maio de 2025, Fernanda Thedim relata o mergulho feito pela repórter Carolina Ribeiro e a fotógrafa Dani Dacorso nas águas da enseada da Urca.

Há 10 anos, a equipe havia mergulhado nas mesmas águas. Se antes o saldo era desolador, agora o cenário já se mostra transformado. Leia a matéria completa da Veja Rio clicando aqui.

A revista também havia abordado o tema em 2024, mostrando os avanços na recuperação da Baía de Guanabara nos últimos 8 anos. Clique e leia mais.

Os sinais de recuperação da Baía de Guanabara, que renovam a esperança, resultam de diversas iniciativas e investimentos para melhorar a qualidade da água por meio da coleta e tratamento do esgoto, além de outras iniciativas que estão removendo poluentes e revitalizando a região.

Baía deixou de receber 100 milhões de litros de água contaminada com esgoto por dia

Com um inestimável potencial socioeconômico, a Baía de Guanabara também foi a protagonista do seminário “Economia do Mar – Fórum das Bacias e Baías Fluminenses”, realizado no Rio no início de abril.

O reconhecimento dos avanços para a recuperação desse ecossistema, por meio da coleta e tratamento do esgoto liderados pela Águas do Rio, fortaleceu o debate sobre as oportunidades que podem ser exploradas nesse cartão-postal do estado.

“Começamos a atuar em 2021 e, nos dois primeiros anos de atuação da concessionária, focamos na recuperação das estruturas existentes. Hoje as estações de tratamento de esgoto já operam, em média, com 30% a mais de capacidade. Agora, estamos instalando coletores em tempo seco, que vão combater ainda mais a poluição das águas. Já conseguimos evitar o despejo de mais de 100 milhões de litros de água contaminada com esgoto por dia na Baía de Guanabara e continuaremos avançando”, disse Alexandre Bianchini, VP Regional da Aegea, responsável pela Águas do Rio.

Projeto de recuperação vai mudar a história do Rio de Janeiro

“Observar que hoje a sociedade fluminense acredita no trabalho desenvolvido e já fala do futuro é importantíssimo, pois esse projeto vai mudar a história do Rio de Janeiro. Um estudo conduzido pelo Instituto Trata Brasil concluiu que os R$ 24,6 bilhões que estão sendo investidos pela Águas do Rio vão se reverter em outros R$ 38 bilhões em saúde, valorização imobiliária e turismo”, concluiu.

Organizado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Rio de Janeiro (Farcej), o seminário reuniu representantes de instituições que apoiam a construção de uma economia do mar mais sustentável.

Presente ao evento, a urbanista Denise Vogel reforçou a necessidade de outras frentes de atuação. “Não basta requalificar a qualidade da água da baía, precisamos reinventá-la. Não podemos perder a oportunidade de integrar os municípios do entorno para que todos se beneficiem. Isso vai além de um projeto, trata-se de uma causa”, afirmou.

Contribuição para a recuperação da Baía de Guanabara

O projeto de construção de coletores em tempo seco, em andamento pela Águas do Rio, desvia o esgoto que chega aos rios pelas redes pluviais para estações de tratamento, impedindo que milhões de litros de poluentes tenham contato com a população e ainda cheguem à Baía de Guanabara.

O sistema funciona em plena capacidade nos períodos sem chuvas fortes. Implantado em diversos pontos da capital, em São Gonçalo e em Mesquita, na Baixada Fluminense, esse método de esgotamento sanitário já evita o despejo diário de mais de 100 milhões de litros de água contaminada no meio ambiente.

As obras do sistema coleta em tempo seco seguirão avançando nos municípios que margeiam a baía e que estão sob responsabilidade da concessionária, com um investimento de R$ 2,7 bilhões nos próximos anos. Até 2033, a Águas do Rio destinará R$ 19 bilhões à universalização do saneamento, beneficiando dez milhões de pessoas e promovendo uma recuperação ambiental sem precedentes.