Letramento Racial sobre Colorismo: conversa necessária sobre pluralidade

Letramento Racial sobre Colorismo: conversa necessária sobre pluralidade
Texto: Natália Costa

Promover espaços de escuta, aprendizado e troca sobre temas sensíveis e urgentes é um dos compromissos do Programa Respeito Dá o Tom (RDT). Em mais uma iniciativa de letramento racial, no dia 5 de agosto, foi realizado um curso com foco no colorismo, conduzido por Dryn Anouk Melo, consultora de ações afirmativas do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), e mediado por Keilla Martins, coordenadora do RDT. 

Dryn Anouk iniciou a conversa trazendo o conceito de racismo como uma estrutura histórica e social que associa características físicas, psicológicas, morais e culturais às pessoas de acordo com sua raça, gerando desigualdades profundas. A partir desse ponto, discutiu o conceito de colorismo. Segundo Dryn, o colorismo é um sistema de classificação que diferencia e hierarquiza pessoas negras de acordo com o tom de pele. 

Contribuição para uma leitura mais precisa da diversidade brasileira

“O Brasil é muito plural. O colorismo é exatamente forte por isso”, destacou. Outro ponto importante da conversa foi a autodeclaração racial, especialmente em contextos como o Censo. Para além da construção da própria identidade, segundo Dryn, ao se autodeclarar corretamente, cada cidadão contribui para uma leitura mais precisa da diversidade da população brasileira, o que impacta diretamente na formulação de políticas públicas e ações afirmativas para a construção de uma sociedade mais equitativa. 

O curso também trouxe reflexões sobre representatividade, reforçando a importância da presença de pessoas negras em espaços de liderança. Ao ocupar posições estratégicas, as pessoas se tornam referências e mostram que, independentemente de sua origem racial ou étnica, todos temos voz e experiências que merecem ser reconhecidas, ouvidas e valorizadas. 

O encerramento da atividade foi marcado por uma mensagem de atenção e cuidado, com destaque para a necessidade de um olhar ainda mais intencional. Ao promover esse tipo de formação, o Respeito Dá o Tom reafirma seu compromisso com o desenvolvimento de uma cultura organizacional cada vez mais diversa, equitativa e inclusiva. 

“O compromisso é o de fomentar espaços em que cada pessoa tenha voz e oportunidade de crescer sendo exatamente quem é”, finaliza Keilla.