Para a ONU, a Organização das Nações Unidas, que instituiu a data para conscientizar a população sobre a importância da água para o planeta em 1992, o 22 de março continua requerendo atenção.
O prazo estipulado, também pela ONU, para que todos tivessem acesso ao saneamento até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, está chegando ao fim.
Mas praticamente metade da população mundial ainda vive sem acesso aos serviços de saneamento, ou seja, não tem água tratada em casa nem rede de coleta e tratamento de esgoto.
Mobilização da sociedade
Eventos extremos e mudanças climáticas têm se tornado frequentes e também fazem com que o assunto se torne ainda mais prioritário, pois, além de ampliar o acesso, é preciso garantir a manutenção dos recursos hídricos.
Para a coordenadora de Sustentabilidade Ambiental da Aegea, Maíra Sugawara, ainda há muito a ser feito, mas, apesar da criticidade, nunca houve tanta mobilização.
“A questão das mudanças climáticas já começou a perpassar resultados de negócios, pois os riscos climáticos e a pegada de carbono, por exemplo, trazem impactos globais, exigindo um olhar mais amplo”, diz.
Engajamento para as mudanças necessárias
Segundo a coordenadora, a sociedade está mais bem preparada, se posiciona, gerando um outro movimento.
“O cenário é crítico, com certeza é, mas as mudanças estão acontecendo. A sociedade está mais mobilizada, existe uma tendência a acelerar as ações que precisam ser feitas. Fóruns internacionais importantes têm sido realizados e estamos vendo isso ser absorvido nas esferas nacionais e nos ambientes de negócio”, afirma.
“Os dados eram mais restritos, hoje em dia não, tem uma abertura muito maior e se debate livremente sobre soluções baseadas na natureza, novas tecnologias, grandes HUBs de inovação para você conseguir pensar de uma forma diferente daquilo que a gente sempre fez”, diz a coordenadora.
Cada um precisa entender o seu papel: o indivíduo, o terceiro setor, as empresas, os governos, a academia, enfim, toda a sociedade.
Visão mais amplificada do ciclo de água
“A Aegea, como uma empresa de saneamento comprometida com essas questões, tem uma visão muito mais amplificada em relação ao ciclo da água. Desenvolve projetos como o da parceria com o WWF, nas Cabeceiras do Pantanal, em que foram mapeadas quais eram as áreas mais críticas para restauro, inclusive em áreas que iam além dos seus territórios de concessão, pensando justamente em uma visão mais ampla e integrada de como funciona uma bacia hidrográfica”, diz.
“O projeto começou em 2022 com um amplo mapeamento e avaliação de criticidade e a busca é por formas de plantio que garantam a quantidade e a qualidade da água; ao desenvolver ações que visam a redução de perdas de água, temos também o viés de preservar o recurso hídrico e de usar de forma mais eficiente aquele recurso, pois é um recurso finito. É entender os projetos de reúso como um projeto também da eficiência da bacia hidrográfica, não só da empresa”, afirma.
Reuso é uma questão bastante importante quando se pensa na água do futuro. “É você deixar o recurso de melhor qualidade, a água tratada, com alta potabilidade, para a sociedade, e uma água de reúso, que não é potável, para você usar de novo em sistema operacional ou inclusive para projetos externos, com destinação para as indústrias, por exemplo”, conta Maíra.
Mais sobre o projeto Cabeceiras do Pantanal
A primeira fase, de mapeamento e avaliação, terminou no ano passado. “Implementamos projetos piloto e agora, na fase dois, vamos ter plantio e restauro, aplicando efetivamente aquilo que foi teorizado antes. Serão restaurados 50 mil metros quadrados e vamos ajudar a reestruturar 10 mil hectares, com cercamento, adubação, uso de técnicas mais eficientes de atividades pastoris, enfim, atividades de fomento e estruturação”, diz.
Maior desafio
Segundo a coordenadora de Sustentabilidade Ambiental, a eficiência ou a ineficiência da distribuição da água ainda é o maior desafio. “Chegar em comunidades vulneráveis, ter um olhar de melhor uso, ter uma priorização de água tratada para consumo humano e ter água de reúso mais fortalecida para indústria para um uso eficiente do recurso”, afirma.
“Estamos em um movimento de conscientização muito grande, temos muitas ações de conservação, muitos fundos sendo gerados com essa finalidade, como o Floresta Viva, projeto do qual a Aegea faz parte, então as ações estão sendo feitas e resultam também no aumento da eficiência, que passa por muitas esferas”, explica.
“As pessoas ainda têm uma noção equivocada da disponibilidade dos recursos, pois lugares como o Rio de Janeiro, onde as pessoas têm a Lagoa Rodrigo de Freitas, o mar e, até pouco tempo, muitas enchentes em toda a cidade, elas acabam acreditando que existe água em abundância, que não é preciso pensar em eficiência”, contextualiza.
Outras contribuições: redução de perdas de água
Além de ampliar o acesso aos serviços de saneamento, ampliando sua atuação, a maior contribuição da Aegea tem sido os investimentos em redução de perdas, do ponto de vista da área de Sustentabilidade A Aegea está plantando esse futuro, de olhar para um horizonte mais a longo prazo, entendendo quais os cenários mais críticos e se preparar para atuar, como faz com os projetos de reflorestamento e investindo no controle e redução de perdas de água”, afirma Isabelli Vasconcelos, analista de Sustentabilidade Sênior.
Orgulho de ser Aegea
“O que me deixa muito feliz é perceber que os esforços que a Aegea tem executado, tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente, apresenta resultados positivos, como a melhoria dos corpos hídricos da Lagoa Rodrigo de Freitas, a Lagoa de Araruama e praias da Baía de Guanabara com balneabilidade”, conta ela.
“Tudo isso demonstra como é forte e importante o trabalho que vem sendo realizado e saber que temos participação nesse processo é muito gratificante, pois resulta em mais qualidade de vida para as pessoas e mais conservação ambiental”, finaliza.
“Saber que eu trabalho em uma empresa atenta para além do operacional dela, tem um olhar segurança hídrica, de inclusão, voltado para comunidades vulneráveis, de garantir a perenidade do negócio para além da nossa atuação, é muito gratificante”, aponta Maíra Sugawara. “É um olhar de responsabilidade socioambiental que a empresa tem e os projetos que ela está desenvolvendo são muito aderentes e incentivam muito a dar continuidade, pois ao final do dia, é bom saber que estamos contribuindo para uma infraestrutura resiliente, para a inclusão social e para garantir dignidade às pessoas”, finaliza.