A cerca de 70 km do mar, a cidade de São Paulo se torna o principal palco de discussão sobre o oceano entre os dias 18 e 22 de setembro. É a SP Ocean Week, que acontece no Memorial da América Latina.
“A escolha do lugar mostra como a questão do oceano extrapola os limites geográficos e influencia a vida de todos os habitantes, por mais distante que vivam do mar”, explica Thaís Morais Benchimol, especialista de RS da Aegea.
O Instituto Aegea é um dos patrocinadores do evento por meio de Lei de Incentivo à Cultura. Um dos idealizadores da SP Ocean Week é o professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo e coordenador da Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano, Alexander Turra.

Enxergando o oceano além da visão utilitarista
A SP Ocean Week é um dos mais importantes fóruns sobre a temática do oceano e suas várias funcionalidades, discutindo os pontos críticos e apontando possíveis soluções, sob vários pontos de vista. O evento está em sua quinta edição.
“O oceano é um vetor importante para a sociedade como um regulador do clima, mas nós o invisibilizamos, então a ideia do evento é exatamente que a gente o enxergue para além de uma visão utilitarista, com uma visão que o integre como um local fundamental em nossa vida”, afirma Maíra Sugawara, coordenadora de Sustentabilidade Ambiental da Aegea.
Importância do saneamento nos cuidados com o mar
“O Instituto Aegea, ligado à uma empresa de saneamento, apoia e participa do evento justamente porque vemos uma oportunidade de trazer discussões de várias áreas diferentes para um tema tão importante”, diz.
“O nosso relacionamento com o oceano é de grande relevância, estamos em mais de 30 municípios litorâneos, com uma população de mais de 9 milhões de pessoas, é quase um terço da população que atendemos”, afirma.
“Além do esgotamento sanitário, da inclusão sanitária, realizamos um trabalho importante de tratar o esgoto para evitar que ele chegue ao oceano sem tratamento”, pontua.
Mesmo quem vive longe do litoral é impactado
Mesmo os municípios distantes têm um grande impacto sobre o oceano. “Manaus, por exemplo, capital que também é atendida pela Aegea, é o maior município da Bacia Amazônica e o rio Amazonas é um dos maiores escapes de poluentes para o oceano, segundo dados do Pacto Global da ONU.
Entender isso, ter esse olhar de dinamismo dos territórios, tendo esse cuidado, faz todo o sentido para nós. “A pauta do saneamento no Brasil é muito importante para o oceano, além do tratamento de esgoto, a Aegea tem participado da discussão da política pública de combate ao lixo no mar, feito parcerias como a Blue Keepers e outras com resultados significativos”, diz.
O evento
Ao chegar, o visitante é recebido no Cais do Porto, a porta de entrada do evento. Ali tem o Palco Mar Aberto, o Tanque de Mergulho – um dos destaques -, exposição de fotos e atrações ao ar livre.
Gratuito, a programação dos cinco dias inclui ainda talkshow de abertura com entrevistas com artistas e personalidades ligadas ao mar, apresentações, oficinas, atividades nos stands – Espaço das ONGs e da Ciência, e palestras.
Faz parte da semana uma série de conversas com especialistas, Ideias azuis – Caminhos para um Oceano Sustentável. A Aegea participa de duas delas. Caroline Lopes Santos, da Águas do Rio, é uma das palestrantes de “Oceano Limpo – Um desafio chamado Baía de Guanabara”, no dia 18.
Maíra Sugawara, do Instituto Aegea, participa no dia 20 do painel “Recomendações da iniciativa privada para o G20”.
Mais sobre a Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano
A Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano, vinculada aos institutos Oceanográfico (IO) e de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), está em atividade no Brasil desde 2019.
Proposta e coordenada pelo professor Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico da USP, a Cátedra tem como gestores do convênio o próprio IO e o IEA – Instituto de Estudos Avançados da USP.
Sua finalidade é promover um sistema integrado de pesquisa, treinamento, informação e documentação sobre o tema. A ideia é promover a cultura oceânica, o desenvolvimento da ciência integrada, tecnologia e inovação para a sustentabilidade oceânica.
Entre os objetivos está também a promoção e o monitoramento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável – com foco no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 – atuando como plataforma para o trabalho em rede entre instituições de pesquisa, tomadores de decisão, setor privado e sociedade civil.