Empresas privadas investem quase R$ 1 bilhão em saneamento no Rio

Empresas privadas investem quase R$ 1 bilhão em saneamento no Rio

Reportagem publicada no Diário do Rio mostra que a Águas do Rio, a Iguá e a Rio+Saneamento, que venceram o leilão da Cedae, já investiram quase R$ 1 bilhão em um ano no saneamento da cidade.

Com os investimentos, as três empresas estão modificando significativamente a vida dos moradores por meio das melhorias na qualidade da água, no atendimento e na recuperação da Baía da Guanabara.

Setor multiplicou investimentos após leilão

Foi divulgado ainda que o setor de saneamento multiplicou seus investimentos após a concessão da rede de água e esgoto da área operada pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, a Cedae.

Segundo o texto de Nicola Pamplona na Folha de São Paulo, o número de beneficiados foi ampliado, além de ter sido registrada melhora significativa na qualidade da água da Lagoa Rodrigo de Freitas e na Baía de Guanabara. Leia a matéria completa no jornal Folha de São Paulo do dia 3 de janeiro.

Uma nova realidade com as obras da Águas do Rio

Com as obras realizadas em um ano, a Águas do Rio mudou a realidade de pessoas como Andreza Mendonça, moradora do Morro da Mina, em Nilópolis. “Agora eu abro a torneira e a água está lá: boa, forte e clarinha. Melhorou demais a minha vida”, comemora.

Assim como Andreza, mais de 83 mil moradores de Nilópolis estão celebrando a nova fase, resultado de uma série de investimentos realizados pela Águas do Rio. O balanço de ações do primeiro ano da concessionária foi apresentado ao prefeito Abraão David Neto, em reunião realizada em novembro de 2022 (leia abaixo).

Qualidade de vida para milhares de famílias

“Sabemos que há muito a realizar, mas é importante apontar os avanços. Além do Morro da Mina, fizemos obras no sistema de bombeamento de Nilópolis, beneficiando 75 mil pessoas. Estamos levando água, dignidade e qualidade de vida para milhares de famílias”, disse o diretor-superintendente da Águas do Rio, Luiz Fabbriani, que atua na Baixada Fluminense.

Ao longo deste primeiro ano, a concessionária revitalizou e ativou o Reservatório Cabral, ampliando a oferta de água para a região. No bairro Santos Dumont, a Águas do Rio realizou a desobstrução de um registro na Rua Vicente Celestino. 

O equipamento, localizado por detector de metais, estava quebrado e coberto por asfalto há uma década e esta intervenção beneficiou mais de dois mil moradores da região. Além disso, foram feitos reparos em pontos de vazamento não visíveis, a limpeza no motor da bomba e manutenção na Elevatória Dinamarco Reis.

Transparência na prestação de serviços

“Essa prestação de contas é muito importante para que a gente transmita as boas notícias à população, que também nos cobra bastante as melhorias no abastecimento de água. Sabemos que há problemas históricos a serem resolvidos, mas a Águas do Rio tem claramente se esforçado para qualificar o serviço”, destaca o prefeito de Nilópolis, Abraão David Neto.

Além das obras, a Águas do Rio vem gerando empregos na Baixada Fluminense. Ao todo, são mais de 1.470 colaboradores em atuação direta na região, sendo 124 deles em Nilópolis, já que a empresa tem como prioridade a contratação de mão-de-obra local. 

Balanço de um ano: mais de 3 milhões de pessoas impactadas 

Mais de 3,3 milhões de pessoas impactadas positivamente com melhorias no abastecimento. Esse é o saldo de um ano de operação da Águas do Rio, que desde 1º de novembro do ano passado assumiu o saneamento básico de 27 municípios, incluindo as zonas Norte, Sul e Centro da capital. 

Dentro desse número, um ainda mais impactante: 248 mil pessoas passaram a receber água encanada de qualidade pela primeira vez. É o caso de Nádia Soares Ferreira, de 57 anos, beneficiada pela chegada da rede formal no Morro da Mangueira. 

Água na torneira é uma alegria

“Passei a vida dependendo da ajuda de vizinhos para conseguir água, pegando com balde, dando um jeitinho. Hoje, abrir a torneira é uma alegria”, afirma a cuidadora de crianças.

A mudança na vida de Nadia e de tantas outras pessoas foi possível graças à implantação de 160 Km de redes de água na região Metropolitana e interior do estado. São mais de três Avenidas Brasil de novas tubulações. 

Além disso, o primeiro ano da concessionária foi marcado pela recuperação e modernização do sistema de saneamento herdado, como estações de tratamento de água, elevatórias, equipamentos e reservatórios.

Foco na ampliação do fornecimento de água 

“O trabalho faz parte do planejamento da concessionária de, nos primeiros dois anos de atuação, restaurar os sistemas de água e esgoto, enquanto amplia sua capacidade. Focamos em levar água para quem nunca teve, melhorar o fornecimento em locais com abastecimento precário e dar capacidade de reserva de água onde sempre faltou”, explica o diretor-presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini.

Na Baixada Fluminense, região com problemas históricos de abastecimento, a concessionária implantou a maior parte da nova rede de água, somando 84 km de tubulação nos nove municípios sob responsabilidade da empresa. 

Paralelamente, atuou na reativação de reservatórios de água, como os de Cabuçu Alto e Baixo, em Nova Iguaçu, cada um com capacidade de reservação de 5 mil litros de água, o que garante hoje o fornecimento para 100 mil moradores da região.  

Resolvendo antigos problemas

Em Magé, após anos de obras paradas, a Águas do Rio entregou a primeira estação de tratamento de água do município, com capacidade para tratar 330 litros de água por segundo, além de um reservatório que pode armazenar cinco milhões de litros e abastece hoje 50 mil pessoas. 

Em São Gonçalo e no interior do estado, troca de tubulações, registros, implantação de bombas mais modernas e em pontos estratégicos melhoraram o fornecimento de água a quase 700 mil pessoas. 

Já em Maricá, outra cidade que sofre há anos com problemas no abastecimento, a concessionária interligou duas adutoras, aumentando a oferta de água tratada para os distritos de Itaipuaçu e Inoã. Com esta intervenção, o volume equivalente a 29 piscinas olímpicas de água por mês passou a integrar o sistema. 

Expansão do sistema de esgoto 

Outras 1,7 milhão de pessoas foram impactadas positivamente com intervenções nos sistemas de esgoto. Na Zona Sul da capital, a Águas do Rio realiza a limpeza inédita no trecho da orla de Copacabana de 2,4 km de extensão do Interceptor Oceânico, responsável por captar o esgoto de toda a região. 

A retirada de 1,2 mil toneladas de resíduos já aumentou a capacidade de escoamento, contribuindo na redução da incidência de fenômenos como línguas negras nas praias. Com a conclusão da faxina, em março de 2023, o túnel ficará completamente desassoreado, o que vai aumentar sua eficiência em até 60%. 

Entre as melhorias também está a recuperação das elevatórias de esgoto, responsáveis por levar o efluente doméstico para as estações. Enquanto trabalha na ampliação do sistema de captação, a concessionária atua na expansão da maior estação de tratamento de esgoto do estado, a ETE Alegria, no Caju, na Zona Norte.

Hoje a ETE atua abaixo de sua capacidade, tratando 1,7 mil litros por segundo. As melhorias incluem a limpeza e reativação de decantadores, troca de bombas, motores e gradeamentos, rumo à melhoria da qualidade da água que retorna para o meio ambiente. A previsão é que, até 2026, a vazão chegue a 3,6 mil l/s.  

1 milhão de litros de esgoto sem tratamento a menos na natureza

Ainda dentro das intervenções no sistema de esgoto, só nas comunidades cariocas, 10 km de redes de esgoto foram implantadas, o que resultou na retirada do despejo de 1 milhão de litros de esgoto in natura de rios, canais e da Baía de Guanabara todos os dias.

Na Rocinha, na Zona Sul da capital, a  implantação de 18 metros de rede de esgoto mudou a vida de Patrícia Souza, de 37 anos, que por 20 anos conviveu com uma vala em frente à sua casa. 

“Onde hoje está limpo ficava o esgoto que escorria lá de cima dos vizinhos e passava aqui na porta. Meu filho de 9 anos caiu um dia naquela água e pegou sarna. Agora dá pra caminhar mais tranquila na comunidade”, conta a dona de casa, mãe de quatro filhos pequenos. 

Novas oportunidades para os moradores

Em comunidades, foram mais de 144 mil manutenções dos sistemas de água e de esgoto onde serviços públicos não entravam.  De acordo com Bianchini, o contrato de concessão prevê que a empresa invista 1,2 bilhão nas 523 favelas da área de atuação da Águas do Rio nos próximos anos. “É importante dizer que nosso esforço vai além de implantar infraestrutura sanitária nessas localidades. Queremos o desenvolvimento econômico, profissional, a transformação de vidas em cada uma delas. É por isso que neste primeiro ano de operação, contratamos 4,5 mil moradores de favelas, mais da metade dos nossos colaboradores. São pessoas que, muitas vezes, não tinham perspectivas ou oportunidades de emprego formal e que agora ajudam a levar água e dignidade para parentes, amigos e vizinhos”, afirma o diretor-presidente.

Pular para o conteúdo