Colorismo: a cruel hierarquia da cor da pele no preconceito racial

Colorismo: a cruel hierarquia da cor da pele no preconceito racial

“O que é colorismo?”. Foi com essa pergunta que a baiana Barbara Carine, doutora em Química, influencer e professora, abriu o bate-papo sobre racismo estrutural, na Águas do Rio, no dia 22 de julho. 

O evento faz parte do Respeito Dá o Tom, programa da Aegea que promove o letramento racial de funcionários da concessionária e ações para combater o racismo dentro e fora do local de trabalho.

A cruel hierarquia do colorismo

“O termo colorismo se refere à cruel hierarquia entre os tons da pele negra, que dita que quanto mais escura ela for, mais situações de opressão a pessoa vai viver dentro da sociedade. Essa é uma construção social com raízes profundas na psique do brasileiro”, explicou ela.

Barbara é fundadora da Maria Philipa, primeira escola afro-brasileira do país, localizada em Salvador (BA). “Entender essa história é importante para compreender o seu lugar, independente da sua cor, dentro da luta antirracista”, falou.

Jornada permeada de racismo

A socióloga Ester Bayerl, ativista de diversidade e inclusão, também participou do evento. Em sua fala, contou sobre sua jornada permeada pelo racismo no mercado de trabalho até chegar no setor de óleo e gás. De acordo com ela, as empresas perdem quando adotam a branquitude como regra e não se abrem para a diversidade de cores, histórias e experiências.

“Existem dados que mostram que ter uma equipe diversa aumenta a produção de uma empresa em 38%. Isso acontece porque as diferentes perspectivas trazem mais soluções para os problemas. É essa diversidade que a gente quer no mercado de trabalho”, afirmou.

Ester deu ainda caminhos possíveis para o processo seletivo de empresas que entendem o racismo e querem dar o primeiro passo rumo à igualdade, como entrevistas virtuais sem vídeo e a valorização de currículos de pessoas de origem social menos favorecida.

Valorizar o diferente

“O olhar do contratante precisa ser diferente. Em vez de discriminar, é necessário valorizar a origem social e econômica menos favorecida dos participantes, pensando na contribuição deles dentro da empresa. Faculdades renomadas são bacanas, mas é preciso saber que existem muitas pessoas que, nesse processo de construção de suas trajetórias, tiveram dificuldade no acesso à educação e nem por isso são menos competentes e capazes de aprender”, disse.

Veja o vídeo e conheça mais sobre o assunto.