A nova era do saneamento

Com o salto de investimentos que está ocorrendo e deve aumentar nos próximos anos, em função da meta de universalização, é possível dizer que a nova era do saneamento já começou. Foi neste contexto que Gesner Oliveira, sócio da GO Associados e coordenador do Centro de Estudos de Infraestrutura e Soluções Ambientais da EAESP FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas) abriu o debate.

Do webinar da FGV, promovido em 14 de julho, participaram o vice-presidente de Relações Institucionais da Aegea, Rogério Tavares; o presidente da Sabesp, Benedito Braga; e Carlos Brandão, presidente da Iguá Saneamento. O evento foi coordenado por Renata Oliver, vice-presidente de Negócios da BMG Seguros.

Retomada da economia

“A meta da universalização traz muitas oportunidades ao mercado, com investimentos em torno de R$ 700 bilhões, que está sendo considerado um dos principais projetos de infraestrutura do atual governo”, disse a coordenadora do debate.

Para Benedito Braga o grande desafio é garantir a segurança jurídica deste novo tempo do saneamento. Ele lembrou ainda que algumas questões precisam ser arredondadas, como a dos prazos, pois existem alguns contratos que estão vigentes que precisam de atenção. “Vejo um desafio, mas vejo também que a Agência Nacional de Águas (ANA) está trabalhando na direção que vai orientar as agências estaduais e municipais de saneamento”, disse.

Parceria entre públicas e privadas

“Ainda é preciso dizer que o governo federal também precisa investir, pois o setor privado não vai ter tanto dinheiro assim. O governo federal não pode se eximir, ele tem de se convencer de que o saneamento é importante, é saúde. O saneamento precisa ser elevado para outro patamar”, afirmou Braga.

O presidente da Iguá Saneamento, Carlos Brandão, enfatizou a participação do setor privado no atual momento. “Olhando nosso contexto, tenho certeza de que vão ser grandes projetos, com a participação também do setor público. Os leilões recentes são apenas o início e nós, como grupo, temos muito interesse de continuar participando dos investimentos no país”, afirmou o presidente da empresa vencedora do Bloco 2 do leilão da Cedae.

Novo marco: vetor de crescimento

Rogério Tavares, vice-presidente de Relações Institucionais, enfatizou que o Novo Marco Legal do saneamento será um vetor de crescimento para todo o país. “A nova legislação trouxe muita coisa que nós do setor privado imaginávamos e acreditamos na parceria entre o setor privado e público. As parcerias fazem sentido”, afirmou o VP da Aegea.

Ele lembrou os leilões recentes que a Aegea venceu por meio de Parceria Público-Privada: além dos Blocos 1 e 4 da Cedae (RJ), o maior leilão da América Latina, em abril deste ano, o da Região Metropolitana de Porto Alegre, atual Ambiental Metrosul; o de Cariacica, no Espírito Santo; e aquele com a Sanesul, em Mato Grosso do Sul, a Ambiental MS Pantanal.

“No caso da Cedae, no Rio de Janeiro, não deixa de ser uma parceira, com a estatal cuidando da água e o setor privado, do esgoto. O caso da Cedae é disruptivo, foi um processo que muda realidades. No nosso caso, os investimentos que serão feitos representam R$ 140 milhões, um número surpreendente de investimentos”, apontou. São esses investimentos que vão levar o país rumo à universalização.

Um debate que vale a pena ouvir. Confira.

A FGV, um dos principais centros de conhecimento do mundo, apresenta webinars diários, com temas relevantes para o saneamento. Veja a programação em: https://portal.fgv.br/eventos

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