Aldeia urbana que mantém tradição indígena agora tem água tratada

Povo Tupinambá

Em Manaus (AM), uma comunidade tupinambá que existe há 20 anos trava algumas guerras diárias pela sobrevivência e preservação dos costumes da etnia, em meio ao cenário urbano. É a Aldeia São João Batista, que reúne atualmente 45 famílias, entre tupinambás e tukanos.

Tradição indígena em pleno centro urbano

Uma área verde que existe nas proximidades da comunidade ganhou adaptações ao longo das duas décadas de existência. Hoje, é procurada principalmente por pessoas enfermas. Elas buscam nos rituais de cura dos tupinambás uma solução espiritual para suas doenças.

Há uma maloca dentro da comunidade, exclusiva para os rituais, onde a entrada é restrita. O pajé Marcos Tupinambá, que também é o cacique da aldeia, conduz os atendimentos espirituais. Os indígenas fazem artesanatos e pinturas que ajudam na manutenção do espaço.

Além disso, a Aldeia São João Batista ainda conta com uma escola que ensina rituais, cantos xamânicos, pinturas, religião e a língua nheengatu para as crianças da comunidade. Os custos são todos mantidos pelos próprios tupinambás, que seguem estruturando a aldeia dentro do possível.

Luta diária pela água acabou

Desde o início da comunidade, os tupinambás da Aldeia São João Batista travavam uma batalha diária para ter acesso à água. Se revezavam entre uma cacimba dentro da aldeia e tubulações improvisadas que “puxavam” água de ruas próximas, em condições bem distantes das ideais. 

No começo de outubro, equipes da Águas de Manaus realizaram um trabalho que transformou definitivamente a vida dos moradores da aldeia urbana. Foi  implantada uma rede regular de água e toda a estrutura necessária para abastecer a comunidade com água tratada de qualidade.

O fato de abrir a torneira e ter água disponível a qualquer hora do dia é celebrado pelo pajé Marcos Tupinambá. “Hoje temos água e ela é realmente limpa e livre de doenças. Só posso dizer Kuekatu reté, que significa ‘muito obrigado’ em nossa língua”, disse o pajé.

Tarifa Social amplia acesso à água

Além da água tratada, a concessionária também garantiu a Tarifa Manauara para todos os moradores da aldeia urbana. O benefício concede 50% de desconto na fatura a partir de determinadas condições. É uma forma de ampliar o acesso à água em áreas vulneráveis.

Água tratada para outras comunidades

Não é a primeira vez que famílias indígenas passam a receber água tratada pela Águas de Manaus. No início do ano, o Parque das Tribos, que abriga a maior comunidade indígena da capital do Amazonas, também foi incluído na rede de abastecimento.

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