Pouca gente sabe, mas o entorno da Estação Alegria, maior unidade de tratamento de esgoto do Estado do Rio, no bairro carioca do Caju, abriga uma extensa área de manguezal que está sendo recuperada e será ampliada pela Águas do Rio.
Intitulado Mangue da Alegria, o projeto está restaurando 46 mil m² de floresta de mangue existente, com a remoção do lixo e cercamento do perímetro da estação. E vai ampliar a vegetação com o plantio de 13 mil mudas de espécies nativas.
Foram retirados cerca de 50 toneladas de resíduos
“Em 400 metros quadrados já cercados, retiramos cerca de 50 toneladas de resíduos provenientes do entorno da Baía de Guanabara. A previsão é que, em fevereiro, mais 13 mil mudas já ampliem a área existente”, afirmou Vitor Hugo, diretor-executivo da Águas do Rio.
“Serão plantadas mudas da espécie mangue-vermelho, que tem nome científico de Rhizophora Mangle. Elas serão transportadas para ocupar uma área de 1,3 hectare, cerca de 13 mil m²”, complementa o diretor-executivo.
Berço de vida marinha que sequestra mais carbono que outras florestas
O manguezal é conhecido por ser um berço de peixes e crustáceos e desempenha papel fundamental não somente para a vida marinha e qualidade da água do mar. É também um ecossistema que sequestra quatro vezes mais carbono do que qualquer outro tipo de floresta e, por isso, tem a capacidade de amenizar o efeito estufa.
“A península do Caju é uma das áreas mais degradadas da Baía de Guanabara. A recuperação do Mangue de Gramacho, em um terreno que foi por décadas um dos maiores aterros sanitários da América Latina, é mérito de um trabalho longo e também comprova o poder de regeneração da natureza que inspira os resultados esperados para o Mangue da Alegria”, ressaltou o biólogo Mario Moscatelli.
Manguezal da Lagoa Rodrigo de Freitas
Outra área recuperada com o apoio da Águas do Rio é o manguezal que margeia a Lagoa Rodrigo de Freitas. A parceria da concessionária e a Manglares Consultoria Ambiental, de Moscatelli, foi firmada em outubro de 2021 e contou com a anuência da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.
Um time de profissionais da área ambiental se dedica à proteção dos 7 mil m² de manguezal da lagoa e dos animais que vivem ali, atuando no controle de pragas, replantio de espécies e limpeza das margens. A equipe apoiada pela concessionária Águas do Rio, recentemente em articulação com a Subprefeitura da Zona Sul e Fundação Rio Águas, tem trabalhado em conjunto na naturalização de trecho inundável, incrementando ainda mais a biodiversidade vegetal e potencialmente a animal.
A qualidade da água da lagoa vem melhorando a cada dia, e algumas espécies de animais retornaram ao ecossistema, como o colhereiro, quero-quero, socozinho. Outras espécies fizeram aparições inéditas, como a garça-azul, e algumas espécies de caranguejos (guaiamum, aratu-vermelho e marinheiro).