Esgoto sem tratamento ameaça Rio Camboriú

Rio Camburiú

Recentemente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, voltou a afirmar que o acesso a saneamento é direito de todos. Deixou clara a necessidade urgente de governos e empresas investirem em toda a cadeia. Para ele, o acesso ao direito humano básico de água e saneamento não beneficia apenas as pessoas, mas os negócios e o planeta.

O secretário-geral da ONU mostrou ainda a importância do saneamento: para cada dólar investido no setor, até cinco dólares são devolvidos em despesas médicas, melhor saúde, maior produtividade, educação e empregos. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada R$ 1 investido em saneamento gera uma economia de R$ 4 na saúde.

Investimentos que geram riquezas e preservam a natureza

Investimentos em saneamento estimulam o turismo, evitam poluição dos mananciais hídricos e impactam diretamente na economia local. Uma das justificativas apontadas pelos especialistas para explicar este estímulo é a despoluição de rios, lagos e mares.

Segundo o Instituto Trata Brasil, se o serviço de saneamento básico no país fosse universalizado, o país teria um ganho de R$ 7 bilhões por ano com o turismo. Além disso, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada R$ 1 investido em saneamento gera uma economia de R$ 4 na saúde.

Um estudo atual do Trata Brasil aponta ainda que a renda do turismo, só no estado de Santa Catarina, de 2021 a 2055 pode alcançar R$ 5,4 bilhões. Mas, para isso, seria preciso ter um ganho ambiental resultante da melhoria da balneabilidade das praias, da despoluição dos rios e córregos e da oferta universal da água tratada.

Zero de coleta e tratamento de esgoto

Em Camboriú (SC), uma das cidades mais importantes do litoral de Santa Catarina, ainda não existe rede de esgoto. A implantação de sistema de coleta e tratamento é considerada a principal solução para a despoluição do rio que abastece Camboriú e Balneário Camboriú.

“A implantação imediata resultaria na melhora gradativa e continuada dos índices de despoluição do Rio Camboriú, trazendo inúmeros benefícios ao meio ambiente, à qualidade de vida e ao potencial econômico da cidade”, explica o diretor-executivo da Águas de Camboriú (SC), Rodrigo Lacerda.

Implantação da obra pode começar

Embora o contrato de concessão de saneamento vigente preveja que o sistema de coleta e tratamento de esgoto seja implantado pela prefeitura e operado pela Águas de Camboriú, a concessionária se colocou à disposição para investir também na implantação da obra.

Uma audiência pública promovida na sede do Executivo Municipal aprovou, em outubro de 2019, a proposição da concessionária em assumir também a implantação do sistema de esgoto. Para que isso ocorra, no entanto, é necessário que o município repactue o contrato vigente junto à agência reguladora.

Importância de ter uma cidade saneada

O projeto para a implantação do sistema está pronto e já foi apresentado ao Executivo Municipal e ao Comitê de Bacia do Rio Camboriú. A obra demanda mais de R$ 100 milhões, entre estação de tratamento, elevatórias e rede de captação.

“Diante do alto valor necessário para a construção de uma estação de tratamento de esgoto (ETE), mais de 300 quilômetros de rede e dezenas de estações elevatórias, e atenta à histórica demanda em ter uma cidade saneada, oferecemos nossos esforços e capacidade de investimento para que Camboriú avance nesta questão”, explica a presidente da Águas de Camboriú, Reginalva Mureb.

Se repactuado o contrato, a Águas de Camboriú investirá recursos próprios da concessionária, com a possibilidade de começar a aplicar imediatamente na implantação do sistema.

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