Evento no Rio mostra experiências transformadoras

GLOCAL Experience Águas do Rio Aegea

Como cada um de nós pode ajudar a fazer a mudança para um planeta melhor para todos? Tornar o planeta sustentável é uma ação complexa, coletiva, fruto da união de esforços que passa por escolhas individuais. A cada dia, a Glocal Experience reúne pessoas, empresas e organizações ao nosso redor que já estão colocando em prática soluções a essa pergunta.

Imersão na busca por soluções

A Águas do Rio e o Instituto Aegea levaram para a Marina da Glória uma vivência que convida à reflexão para ajudar na busca por respostas. “Seja bem-vindo ao Planeta Terra. Fique à vontade. Esta é a sua casa!”, diz uma voz aconchegante e acolhedora no Espaço Imersão. No local em formato de domo, as pessoas podem refletir olhando para o alto, em uma projeção que ‘abraça’ a todos enquanto apresenta situações comuns à humanidade frente aos desafios de preservar o planeta. 

Como crescer de maneira sustentável, reduzir as desigualdades e atender à crescente demanda por recursos naturais? O questionamento do Projeto Futuro mostra situações reais como o aquecimento global, a urbanização acelerada das grandes cidades e tem um final surpreendente, que envolve os visitantes e faz pensar. ”A participação pessoal é a única forma de transformação, a gente precisa assumir nosso papel”, diz a cirurgiã dentista Liana Freitas Fernandes.

Diálogos para um planeta mais sustentável

Na Arena de Diálogos, Marcelo Jeneci deu o tom  no segundo dia do evento  que discute o hoje com olhos para o amanhã. Ao som de sua sanfona, Mana Bernardes apresentou a performance Translúcida, mistura de transe com lucidez a partir das variadas possibilidades de uso a partir de um mesmo material – a casca de alho. 

Como pétalas tridimensionais, soltas no ar, o que iria para o lixo serve para a artista mostrar o ciclo da natureza: caem no solo, se decompõem, formam uma nova terra. Servem também para confeccionar o vestido usado na apresentação e como suporte para ela escrever sua poesia, trazendo novos significados para as palavras. 

Para ela, só assim, a partir da criação de outro vocabulário, de novos códigos, é que vamos encarar a mudança que precisa ser feita para um planeta mais colaborativo, menos mercadológico e, portanto, mais sustentável. Artista e designer, já criou joias com garrafas PET e, engajada em causas sociais desde a adolescência, trabalha com mulheres na periferia. 

“Acredito na regeneração do planeta por meio do comportamento, não tem nada mais importante hoje do que a mudança comportamental civilizatória”. 

“Eu escolhi trabalhar com as mulheres porque a conta do capitalismo é decorrente da estrutura do patriarcado machista que ainda impera. Então ensino economia criativa para elas, pois quanto mais mulheres autoras, autônomas, regendo uma nova economia, mais a regeneração planetária vai ser possível, teremos então um mundo mais ecológico”, afirma Mana Bernardes.

Luz no fim do mar para a questão da vida na água

Foi dando novos usos para materiais coletados no lixo e nos rios da Pavuna, comunidade onde vive, na zona norte do Rio, que o grafiteiro André Rongo deu novo sentido à sua vida. Antes de fundar o Museu do Grafitti, o ex-pichador ficou famoso pelo trabalho que fazia até que pichou a estátua do Papa. Um comentário de Dom Eugênio Salles foi o estopim para a mudança.

O cubo com o ODS 14, “Vida na água”, que tem como meta conservar os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável, ganhou a interpretação de André, a convite da Águas do Rio. Chamado de “Luz no fim do mar”, o grafite traz um jovem de costas, olhando para a riqueza marinha que não vemos. 

“Cato e recolho lixo. Devolvo e descarto arte”, diz André Rongo. Ele vai grafitar a Estação de Tratamento de Esgoto Pavuna-Acari, da Águas do Rio. 

Mudança que se faz de grão em grão

De grão em grão Regina Tchelly tenta fazer a diferença para mudar a situação de 33 milhões de pessoas que passam fome no mundo. “Alguém aqui sabe como se planta o arroz?”, perguntou ela à plateia. Ela contou que sentia muita tristeza ao ver grãos de arroz e feijão, mesmo com aqueles furinhos de bichinhos, serem jogados fora com tanta gente sem comida. 

Passou a plantar, a engajar pessoas e,em 2011, criou o Favela Orgânica nas comunidades Babilônia e Chapéu Mangueira. Regina já levou sua experiência para outros países da América do Sul e Europa. Na  Glocal Experience, participou do diálogo “Consciência Social e Ambiental também começa no prato” com Gabriela Kapim, Rodrigo Sardinha e Cazé Pecini.

Mais sobre a Glocal Experience

Patrocinada pela Águas do Rio e pelo Instituto Aegea, a Glocal Experience segue até o dia 17 de julho, na Marina da Glória (RJ). O evento tem como objetivo estimular a reflexão e o debate e reforçar a importância do trabalho em conjunto para que as metas indicadas na Agenda 2030, as ações com foco no desenvolvimento sustentável, desenvolvida pela ONU, sejam alcançadas. A programação do evento conta com música, arte, tecnologia e debates. Saiba mais em: glocalexperience.com.br

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