Inclusão sanitária é parte da solução para o saneamento

Inclusão sanitária é parte da solução para o saneamento

A inclusão sanitária, por meio de tarifas que podem ser pagas, é solução para garantir o acesso à água tratada e à coleta e ao tratamento de esgoto. A ideia foi defendida por Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea, durante o ESG Summit 2023, da exame, que teve o tema “Água: matéria-prima fundamental”.

“A Aegea desenvolve um trabalho muito sério nas áreas mais desassistidas do Brasil. O nosso foco principal é nas áreas onde vive a população mais vulnerável, nas favelas do Rio, nas palafitas de Manaus, por exemplo, buscando ampliar o acesso aos serviços de saneamento por meio da Tarifa Social para essas pessoas”, ressalta Édison.

Tarifa acessível para famílias vulneráveis é parte da solução

O executivo contou que atualmente, mais de 1,7 milhão de pessoas atendidas pela companhia são beneficiadas com a Tarifa Social, instrumento financeiro que permite uma tarifa acessível  para as famílias vulneráveis. Em Manaus, já são mais de 550 mil pessoas beneficiadas, o equivalente a 20% da população total do município.

Além dos benefícios socioeconômicos, o acesso à água tratada é um dos motivos cruciais para a queda da taxa de mortalidade por doenças de veiculação hídrica, trazendo melhorias no rendimento escolar, no trabalho e lazer da população. A dengue, por exemplo, é uma das doenças altamente favorecidas pela falta de saneamento. 

Redução das internações por meio dos investimentos 

Um reflexo dos avanços dos serviços é a redução de 39% na taxa de internações por doenças de veiculação hídrica na cidade de Serra (ES) desde 2012. Reduções similares ocorreram também em Campo Grande (MS), Manaus (AM) e outras cidades atendidas pela Aegea. “As maiores cidades do Brasil são impactadas, terrivelmente, no seu sistema de saúde por doenças de veiculação hídrica. Hoje, a maior parte das internações em hospitais ocorrem em razão desse tipo de doença”, completa.

“Apesar de sermos um país com 12% da água doce do planeta, ainda temos cerca de 35 milhões de pessoas que não têm acesso à água potável e perto de 100 milhões sem esgoto sanitário. O desafio é enorme e precisaremos investir, como país, centenas de bilhões de reais. É necessário juntar forças e recursos para garantir que este direito chegue a todos os brasileiros”, afirma.

Participaram do bate-papo Édison Carlos, Presidente do Instituto Aegea, e Patrícia Furtado de Mendonça, Fundadora & CEO da Acqua Mater, onde discutiram sobre uso racional da água, gestão eficaz, os desafios do saneamento no Brasil e marco legal. A mediação foi do jornalista Rodrigo Caetano.
Assista a transmissão completa da roda de conversa “Água: matéria prima fundamental” no canal oficial da Exame no Youtube.

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