Investimentos privados vão fazer de 2022 um ano promissor para o saneamento

Investimentos privados

Saneamento e ferrovia são os setores mais propensos a receberem investimentos nos próximos anos, segundo o Barômetro da Infraestrutura Brasileira, pesquisa semestral realizada pela EY e a Abdib. O ano de 2022 será promissor para os investimentos em serviços de água e esgoto.

Em entrevista ao Portal Saneamento Básico, Gustavo Gusmão, diretor-executivo para Setor Público e Infraestrutura da EY, afirmou que os Marcos Legais, entre eles o do Saneamento, podem ser apontados como um dos principais direcionadores dessa tendência.

Concessões e PPPs devem alavancar os investimentos

Para o executivo, além dos leilões realizados pelo setor público em todas as esferas (federal, estadual e municipal), as concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) devem alavancar os investimentos. Em especial, o saneamento deverá receber um montante de recursos em um ritmo nunca antes observado no histórico do país, disse ele.

Carlos Henrique da Cruz Lima, que foi presidente do Conselho de Administração da Abcon/Sindcon de 2019 a 2021, também aponta bons números para o setor.

Maior crescimento em dois anos que nos últimos 25

Para ele, com os leilões recentes da Casal (Alagoas, PB), Cesan (Cariacica, ES), Sanesul (MS) e Cedae (RJ), além daqueles que já estão sendo estudados pelo BNDES, o mercado privado crescerá em dois anos mais do que em 25 anos.

Dos quatro leilões citados, a Aegea foi vitoriosa em quatro. A afirmação de Cruz LIma foi feita no estudo Panorama da Participação Privada no Saneamento 2021, da Abcon/Sindcon.

Mola propulsora da economia

Considerando ainda os mesmos leilões citados, as operadoras privadas atendem direta ou indiretamente 15% da população, aponta o documento.  A expectativa é que elas deverão atingir ao menos 40% até 2030.

Ainda segundo o Panorama da Participação Privada no Saneamento 2021, o impacto dessa tão aguardada evolução no saneamento afetará de forma contundente a geração de renda. A cada um real investido no saneamento, o impacto na economia é de R$ 2,80 (fonte: Trata Brasil, Abcon/Sindcon e Exante).

O setor será a mola propulsora da retomada econômica do país após a crise sanitária, tanto em geração de empregos quanto em investimentos. Os investimentos já começaram: a Águas do Rio (RJ), empresa da Aegea formada a partir do leilão da Cedae, vai investir R$ 7,4 bilhões só nos primeiros cinco anos.

Além da geração de emprego e renda, outro foco é o ambiental – a Lagoa Rodrigo de Freitas (foto) é um dos ecossistemas que vão ser recuperados com os investimentos em saneamento.