Debater modelos de tratamento de esgoto e buscar soluções e tecnologias mais eficazes para o saneamento a curto prazo. Uma delas é a Captação a Tempo Seco, processo de coleta de esgoto que acontece nas galerias pluviais e faz o encaminhamento para a estação de tratamento. O modelo é adotado pela Prolagos nas cidades da Região dos Lagos e foi um dos temas abordados no 1º Seminário de Saneamento e Meio Ambiente.
O evento, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Seção Rio de Janeiro(Abes Rio), aconteceu de forma híbrida (presencial e on-line), nos dias 13 e 14 de abril, transmitido gratuitamente do auditório da Firjan, no centro do Rio de Janeiro (RJ).
Melhoria ambiental com modelo adotado pela Prolagos
Cases já existentes no Brasil, as perspectivas de quem opera, os desafios e o planejamento para os próximos anos foram pautas dos debates. O objetivo foi desmistificar o tema, trazendo esclarecimento para população e entendimento para os setores correlatos, conforme explicou no evento o presidente da Abes, Miguel Alvarenga Fernández y Fernández.
Pedro Freitas, diretor-presidente da Prolagos(RJ), fez uma palestra no dia 14 para mostrar como o tratamento de Coleta a Tempo Seco tem ajudado na melhoria gradativa da qualidade ambiental da Lagoa de Araruama. Segundo ele, os investimentos feitos pela Prolagos tornam possível observar a melhora daquele corpo lagunar tão importante.
Recuperação do pescado e a volta dos cavalos-marinhos
“O Tempo Seco foi a solução mais rápida e assertiva da sociedade para a recuperação da lagoa. Hoje, os pescadores comemoram recordes de pescado, cavalos-marinhos voltaram a habitar a laguna e na maior indústria da Região dos Lagos, o turismo, empresários sentem os reflexos positivos dos recursos empregados pela concessionária”, pontuou Pedro Freitas.
Em 1998, quando a Prolagos assumiu os serviços de saneamento nas cidades Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, todo o esgoto in natura era despejado na Lagoa de Araruama e nas praias. A maior laguna hipersalina em estado permanente do mundo estava em avançado estado de degradação ambiental.
Antecipação dos investimentos em saneamento
Para ajudar na sua recuperação, a sociedade civil organizada solicitou a mudança do contrato, propondo que as concessionárias que atuam na Região dos Lagos antecipassem os investimentos em esgoto e aderissem ao Tempo Seco. No sistema, o esgoto que corre pela drenagem pluvial é desviado para coletores e o resíduo é transportado para as estações de tratamento, retornando para o meio ambiente dentro dos padrões ambientais.
Com a mudança aprovada pelo poder concedente, Ministério Público e Agência Reguladora (Agenersa), em 23 anos o índice de esgoto tratado foi de 0 para 80,12%. Além disso, 38 km de rede coletora foram construídos, atuando como cinturões, blindando a laguna e captando o esgoto que chega pela rede de drenagem. A Prolagos vai investir mais de R$ 50 milhões na implantação de 26 km de rede coletora para reforçar a blindagem da lagoa.
