Você sabia que o saneamento é um pilar fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas? Os exemplos práticos dessa relação vem de Manaus, cidade amazônica que enfrentou a crise climática começando pelo básico.
Com soluções adaptadas para regiões de palafitas, operação especial para manter o abastecimento na estiagem e políticas de tarifa social, a capital do Amazonas se torna exemplo concreto de como a infraestrutura pode ser ferramenta poderosa de justiça climática, saúde pública e resiliência hídrica.
Experiência levada à COP30
Capital que mais investiu em saneamento básico na Amazônia nos últimos sete anos, Manaus leva para a COP30 a experiência com as soluções operacionais para enfrentar eventos climáticos extremos como as secas de 2023 e 2024 e a infraestrutura adaptada para garantir água e esgoto tratados em regiões de palafitas.
Na Blue Zone (área restrita da conferência onde ocorrem negociações oficiais e circulam delegações internacionais e chefes de Estado), executivos da Aegea apresentam as soluções de infraestrutura e de atendimento voltadas à população vulnerável desenvolvidas em Manaus. Na Green Zone (área aberta ao público em geral), um espaço imersivo destaca o Beco Nonato, comunidade da zona Sul de Manaus que é a primeira área de palafitas a ter acesso aos serviços de água e coleta de esgoto no país. O caso ilustra o impacto social do saneamento básico em Manaus.
Saneamento que chega onde antes parecia impossível
As soluções desenvolvidas no Beco Nonato tornaram-se modelo para outras regiões da cidade. Somente com estrutura de água adaptada para becos e palafitas, mais de 200 km de redes foram instalados na capital amazonense nos últimos anos. O projeto de saneamento do Beco Nonato foi reconhecido com o Prêmio Cases de Sucesso em Água e Saneamento, concedido pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Já em 2023, os mais de 900 moradores da região passaram também a ter acesso à coleta de esgoto, por meio de redes construídas respeitando as características estruturais de cada residência.
Tarifas sociais garantem acesso
Além da infraestrutura, a concessionária destaca a importância de assegurar que populações vulneráveis tenham condições de acessar e manter o serviço. Manaus é hoje referência nacional em Tarifas Sociais, com a Tarifa Manauara, que concede 50% de desconto na fatura, e a Tarifa 10, que fixa em R$ 10 o valor para as famílias de maior vulnerabilidade. Aproximadamente 140 mil famílias da capital são beneficiadas por essas políticas.
Resiliência em períodos críticos
Em 2024, Manaus enfrentou a estiagem mais severa dos últimos 120 anos. O Rio Negro atingiu a cota de 12,11 metros, exigindo uma operação especial para garantir o fornecimento de água tratada aos mais de 2 milhões de habitantes da cidade. Foram necessários investimentos e intervenções inéditas nas estruturas de captação e distribuição. A adaptação das estruturas de abastecimento também ocorre durante o período de cheia, no primeiro semestre, quando são realizadas suspensões e elevações provisórias de tubulações em áreas vulneráveis, posteriormente substituídas conforme o comportamento do rio.
“É um orgulho muito grande para a Águas de Manaus participar desse evento no coração da Amazônia que coloca no centro das discussões temas como preservação ambiental e a resiliência hídrica. Os benefícios promovidos pelo saneamento se conectam nesses temas. Serão dias de muito diálogo e troca de experiências sobre o nosso trabalho para levar saneamento para todos, com soluções que garantam dignidade, saúde e futuro sustentável para a população manauara”, destaca o diretor-presidente da concessionária, Pedro Augusto Freitas.
Referência na Amazônia Legal
A Aegea está presente em mais de 130 municípios da Amazônia. Além de Manaus, atua em 128 cidades do Pará e em cinco de Rondônia. Há sete anos na capital amazonense, a empresa já universalizou o abastecimento de água e avança rumo à universalização do sistema de esgotamento sanitário. Segundo o ranking mais recente do Instituto Trata Brasil, divulgado em julho deste ano, Manaus é a capital do Norte que mais investiu no setor. Os investimentos na cidade representam 89% do total aplicado em toda a região. Até o segundo semestre de 2025, mais de R$ 1,6 bilhão foram investidos em saneamento na capital.
