Há mais de um ano, 13,5 mil mudas da espécie “mangue-vermelho” estão sendo cultivadas para ocupar uma área de 1,3 hectare ao redor da estação de Estação de Tratamento de Esgoto Alegria, no Caju, Zona Portuária do Rio.
O local fica às margens da Linha Vermelha, bem perto do Aeroporto Internacional Tom Jobim. A área está sendo revitalizada pela Águas do Rio e pelo biólogo Mário Moscatelli.
Área equivalente a oito Maracanãs recuperada
O plantio começou em março e, ao final do trabalho, 46 mil metros quadrados terão sido recuperados, e 36 mil m², ampliados. No total, entre a área recuperada e plantada, serão 8,2 hectares, o equivalente a oito campos do Maracanã.
De acordo com Moscatelli, o trabalho de revitalização na região, vista como um lixão a céu aberto, demonstra que mesmo um ambiente agressivo pode ser recuperado.
O resultado será a geração de importantes nichos para várias espécies e animais nativos, desde que se tenha um olhar cuidadoso para o meio ambiente e investimento, o que vem sendo feito pela Águas do Rio.
Manguezal está retomando sua vida
“Hoje já percebemos que a vegetação tem condições ideais para se multiplicar. Com a limpeza feita no local, o manguezal está retomando sua vida. Ele consegue produzir as sementes que caem no solo e, com isso, gerar novas mudas. A fauna, que antes era imperceptível por conta de um tapete de lixo, também pode ser vista, já que retiramos cerca de 120 toneladas de resíduos das margens. Até uma família de capivaras apareceu recentemente para acompanhar nosso trabalho”, brincou.
Compromisso com a Baía de Guanabara
A atividade de plantio, feita em comemoração ao Dia Mundial da Água, teve a contribuição de 30 funcionários que são membros do grupo de voluntariado da Águas do Rio.
Caroline Lopes, gerente de Meio Ambiente da empresa, explica o porquê de o Mangue da Alegria reforçar o compromisso da concessionária com a recuperação da Baía de Guanabara.
“O projeto contribui na aceleração da recuperação da Baía de Guanabara, valendo-se do conceito de adotar uma solução baseada na natureza, aliando a engenharia cinza com a engenharia verde. O mangue, além de fonte de sustento das famílias que vivem da pesca, é reconhecido como berçário da vida marinha”, disse ela.
Adaptação às mudanças climáticas
Caroline explicou ainda que a manutenção de toda a cadeia produtiva que deriva dele exerce um papel fundamental na recuperação ambiental. “A ideia é fixar poluentes pelas bactérias que nele vivem e carbono em um cenário de adaptação às mudanças climáticas, impulsionando cidades mais resistentes e atuando no combate à erosão dos sistemas costeiros. Por isso, o trabalho que estamos desenvolvendo contribui para a recuperação desse ecossistema, que é a Península do Caju”, ressalta Caroline.