Saneamento transforma: histórias reais de mulheres que fazem a diferença

Saneamento transforma: histórias reais de mulheres que fazem a diferença
Texto: Rosiney Bigattão

O quinto e último dia da Semana da Mulher Aegea 2025 fez uma reflexão a partir do tema “Impacto do serviço na vida das mulheres”.

Conduzida por Fabiane Rodrigues, gestora de Responsabilidade Social da Águas Guariroba (MS), a live mostrou como o acesso ao saneamento básico muda vidas.

Impacto que vai além da técnica

Águeda Muniz, diretora de Relações Institucionais da Ambiental Crato e da Ambiental Ceará, destacou que saneamento é muito mais que infraestrutura.

“Quando falamos em licença social para operar, a LSO, uma premissa da Aegea nos locais onde está inserida, estamos falando diretamente com a mulher, seja dona de casa ou empreendedora. O impacto financeiro é 64% maior para mulheres sem banheiro em casa. Por isso, saneamento é saúde, é inclusão e é poder”, diz.

Ela também ressaltou a importância de projetos sociais como o Mãos e Obras, que capacitam moradores e colaboradores, gerando oportunidades para mulheres em áreas comumente predominadas por homens. “Formar encanadoras, fazer rodas de conversa, estar presente na comunidade – é ouvir e agir”, afirma.

Realidade transformada na prática

Charliany Moraes, agente de Responsabilidade Social da Ambiental Ceará, deu um depoimento comovente sobre ter vivido sem saneamento por 30 anos.

“Tomava banho no Rio Maranguapinho, que hoje está poluído. Na época, era comum a gente ver o esgoto passando na nossa porta e a gente tinha dor de barriga, vivia tomando remédio, sendo que tudo isso é ocasionado pela falta do saneamento. Só depois de ganhar uma casa com saneamento, percebi a grandeza do que é ser beneficiado. É saúde, é dignidade”, diz.

Inspirada pela atuação das mulheres na empresa, ela decidiu estudar Saneamento Ambiental: “Quero ser supervisora da ETE (estação de tratamento de esgoto) e ver o rio limpo de novo”.

A mulher como protagonista do cuidado

Francismaily Silva, agente Comercial da Águas de Manaus (AM), enfatizou  o papel central da mulher nas comunidades.

“Quando chegamos a uma casa, quem nos atende é sempre a mulher. Ela quer saber para onde vai o esgoto, se o serviço que estamos oferecendo é seguro. Como fui formada pelo Mãos e Obras, consigo orientar e dar segurança, porque, além de profissionais, somos mães, somos donas de casa. Vivemos essa realidade e queremos o melhor para nossas famílias”, pontua.

Saneamento como porta de entrada para a cidadania

A líder comunitária em Terra Prometida, em Teresina (PI), emocionou a todos com sua história de luta.

“Sem água, nossas crianças iam para a escola sem tomar banho. Mães não conseguiam receber o Bolsa Família por falta de comprovante de residência. Quando a Águas de Teresina chegou, tudo mudou. Isso nos deu acesso à saúde, justiça e dignidade”, conta Maria Benta.

“Hoje temos esperança. Quero que outras comunidades também vivam essa transformação”, diz.

Compromisso com a universalização e inclusão

A diretora-presidente da Águas de Teresina (PI) e Águas de Timon (MA),  Carolina Serafim, destacou a evolução do saneamento na capital do Piauí.

“Chegamos em 2017 e já avançamos muito, trazendo regularização fundiária e saneamento para milhares de famílias, a maioria chefiada por mulheres. Nosso compromisso vai além do serviço: é saúde, emprego e dignidade. Em Teresina e Timon, nossa diretoria é 100% feminina e temos 200 colaboradoras, com 30 em cargos de liderança. A universalização do saneamento é também a universalização de oportunidades”, afirma.

Encerramento com propósito coletivo

Keilla Martins, gestora do programa Respeito Dá o Tom, celebrou a potência da Semana da Mulher Aegea: “Foi uma semana cheia de reflexões e debates necessários. O respeito precisa dar o tom em todas as esferas da sociedade. Vamos juntos e juntas, porque essa mudança é coletiva e necessária”.

Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea, trouxe para a live uma fala inspiradora: “Essa semana mostrou que nos parecemos mais do que imaginamos. Quanta fala potente! Muitas mulheres disseram que ganharam novo fôlego ao ouvir essas histórias. Essa troca precisa ser constante. O saneamento não é só um serviço, é uma missão transformadora. E essa mudança só acontece se estivermos unidos”.

Reflexão final

Para Fabiane Rodrigues, gestora de RS da Águas Guariroba (MS) e mediadora da live, “cada avanço no saneamento é um passo rumo a mais dignidade, saúde e igualdade. O saneamento não é só infraestrutura, é transformação social. E a Aegea segue nessa missão, de mulher para mulher, casa por casa, comunidade por comunidade.”