Eles vêm de diversas cidades e estados, têm quase a mesma idade e são movidos por uma vontade enorme de mudar o mundo. Com os conhecimentos adquiridos no Projeto Pioneiros, desenvolveram ideias que podem mudar a realidade das comunidades onde vivem por meio do saneamento. Três dos 117 projetos desenvolvidos foram premiados.
A premiação nacional da 7ª edição do Prêmio Pioneiros aconteceu em São Paulo em 11 de dezembro. Como a maioria tem menos de 18 anos, vem para a capital acompanhada dos pais para receber o prêmio. A viagem tem uma programação cultural e se torna um momento importante na vida de cada um deles.
Para muitos dos jovens finalistas, essa foi a primeira vez que saíram de seus estados, a primeira vez em um avião — e o primeiro grande reconhecimento público.
Da infância sem saneamento ao orgulho pela premiação dos filhos
Arlene Paes da Silva, mãe do Samuel Felipe, do Pioneiros da Águas de Teresina, cresceu sem acesso à água e ao esgoto tratados e agora vê o filho sendo reconhecido por um projeto que vai mudar não só a realidade dela mas de muitas outras famílias.
“Hoje a gente vive um privilégio que nunca imaginou”
“Na minha infância, a gente não tinha água encanada, não tinha banheiro em casa. Era difícil, sabe? Nunca imaginei que o meu filho, ainda tão jovem, estaria recebendo um prêmio por justamente pensar em soluções para isso. Pra mudar essa realidade que eu vivi. E hoje estar aqui, em São Paulo, com ele sendo reconhecido… é um privilégio. É um orgulho que não cabe no peito.”
“A gente não sabia o que era saneamento. Agora sabemos o quanto muda vidas”
No Pará, a história se repete com novos sotaques e a mesma emoção. Janaína Lemos, mãe de Diogo, de Barcarena, que participou do projeto pela Àguas de Sãoi Francisco, também viu a transformação dentro de casa. “Na minha infância, não existia saneamento. Era tudo muito precário, a gente ouvia falar disso só de longe, não era algo que fizesse parte do nosso dia a dia.”
Depois, chegaram as redes de água e esgoto tratados, mas foi com o projeto do filho que ela passou a enxergar o saneamento como prioridade. “O Diogo começou a explicar tudo. Falava da importância da água tratada, do impacto do esgoto nas doenças… Ele mesmo foi ensinando pra gente. E ver ele chegar aqui, representar o Pará com só 17 anos, sendo premiado entre tantos outros jovens? É um presente. Um orgulho imenso. Ele está mudando a nossa história.”
Uma jornada que transforma vidas — não só dos jovens
Para o presidente do Instituto Aegea, Édison Carlos, o Pioneiros vai além da premiação. Ele destaca o impacto profundo que o projeto gera nas trajetórias pessoais e profissionais dos jovens.
“O que a gente vê aqui é uma transformação real. Esses estudantes aprendem sobre responsabilidade, disciplina, respeito. Saem melhores do que entraram — como profissionais, como cidadãos e até como filhos. O prêmio é simbólico, porque o maior reconhecimento está na jornada. É ela que deixa legados.”
Futuros mais azuis
A diretora de Gestão de Pessoas da Aegea, Fabianna Strozzi, reforçou esse olhar de futuro. “Vocês são o futuro da companhia e do país. Têm ideias que surpreendem, que emocionam. A companhia está de portas abertas para vocês. O que foi criado aqui pode e deve se transformar em prática. Queremos acompanhar essa trajetória e continuar vendo o rosto de vocês.”
“Tenho certeza de que hoje vocês, jovens, estão plantando uma sementinha. E é essa sementinha que, regada com tudo que aprenderam aqui, vai crescer, florescer e dar frutos lá na frente. Obrigada também a todas as famílias. Tenham certeza que os filhos de vocês são jóias de ouro, e cuidem muito bem porque, de fato, eles vão fazer muita diferença na construção de futuros cada vez mais azuis.”
Pensar diferente, propor soluções
A gerente de Responsabilidade Social da Águas de São Francisco, em Barcarena, Simony Dias, falou com orgulho sobre a relevância do projeto na cidade. “Falar dos meninos é falar de um novo tempo. Em um ano em que o Pará recebeu a COP30, ver esses jovens propondo soluções práticas para o saneamento é inspirador. Muitas ideias deles são viáveis, e isso mostra que podemos aprender com os jovens. Eles trazem olhares novos, que desafiam até o nosso dia a dia como profissionais.”
Simony também fez questão de agradecer aos tutores voluntários: colaboradores da Aegea que acompanham os jovens em toda a jornada do projeto.
“É um projeto que me conquistou de verdade”
Um desses tutores é Kleanderson Macedo, da Águas de Teresina. Para ele, o Pioneiros é mais do que uma atividade educativa — é um divisor de águas. “Entre todos os projetos do Instituto, esse foi o que mais me conquistou. Ele traz os jovens para um tema essencial e ainda tão negligenciado: o saneamento. Ensina o impacto desses serviços na vida real. Ver o envolvimento deles, a capacidade de pensar soluções, é inspirador.”
Kleanderson também se emociona ao contar o quanto aprendeu com os alunos. “A gente não só ensina. A gente aprende junto. E constrói, com eles, uma nova perspectiva de mundo.”
Sobre o Projeto Pioneiros
Criado pelo Instituto Aegea, o Projeto Pioneiros promove uma jornada de aprendizado e desenvolvimento para jovens estudantes do Ensino Médio em cidades atendidas pela companhia. Em 2025, dos 1700 inscritos 512 foram selecionados. Ao longo de sete meses, 117 projetos foram desenvolvidos com o acompanhamento de 342 tutores, que são colaboradores voluntários. Três foram escolhidos como os grandes vencedores nacionais da 7ª edição do prêmio.
Quer saber mais sobre os projetos premiados? Acompanhe a próxima edição do Aegea Blog, no dia 24 de dezembro.
