A praia da Ribeira, na Ilha de Paquetá, banhada pela Baía de Guanabara, na zona norte do Rio de Janeiro, apresentou boas condições de banho, o que não acontecia desde 2016. A informação foi publicada pela Folha de São Paulo, em reportagem feita por Júlia Barbon, em 22 de dezembro.
Com dados do Instituto Estadual do Ambiente, o Inea, a matéria mostra que a praia esteve própria para banho durante o período de abril a outubro deste ano. As boas condições aconteceram depois do início da atuação da concessionária Águas do Rio.
Termômetro que indica se o esgoto foi tratado ou não
A Folha de São Paulo faz levantamento de balneabilidade em 1.334 pontos a partir de dados oficiais usando como parâmetro a quantidade de coliformes fecais na água do mar. A praia é considerada própria para banho se tiver menos de 1.000 coliformes para cada 100 mililitros de água. Por isso, é um termômetro se o esgoto foi tratado ou não.
A partir daí, as praias monitoradas em Boa – quando é considerada própria em 100% das semanas monitoradas; Regular – imprópria em até 25% das semanas monitoradas; Ruim – imprópria entre 26% a 50% das semanas monitoradas, e Péssima – imprópria em mais de 51% das semanas monitoradas.
Melhora com o início da atuação da Águas do Rio
Para Paquetá, onde grande parte de seus 3.530 habitantes vive do turismo e da pesca, apesar da qualidade ruim da qualidade da água do mar, é uma ótima notícia. A melhora, como mostra a reportagem, acontece depois do início dos trabalhos da Águas do Rio com a concessão da Cedae, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro.
Para a concessionária, a água limpa na praia da Ribeira é resultado de ações que estão interrompendo o despejo ilegal de esgoto sem tratamento no mar. É estimada a quantidade correspondente a seis piscinas olímpicas de esgoto por mês. Foram feitas ainda melhorias no sistema de esgoto de Paquetá e da Ilha do Governador.
Boas condições da água é quase um evento histórico
Entre as intervenções da Águas do Rio estão obras na estação de tratamento de esgoto e nas elevatórias responsáveis pelo bombeamento do material. A geografia do lugar também ajuda na qualidade, pois permite a diluição da sujeira, segundo o biólogo Mário Moscatelli. Para ele, a boa condição é “quase um evento histórico”.
A Águas do Rio tem como meta despoluir a Baía de Guanabara em cinco anos. Será construído um cinturão coletor de esgoto ao redor da baía, seguindo o modelo que foi feito em Tóquio e em Sidney. O investimento é de R$ 2,7 bilhões. Outros R$ 10 bilhões serão investidos em sistemas de esgoto de oito municípios ao redor da Baía de Guanabara até 2023.
Melhora em 14% dos pontos de coleta
A reportagem mostra ainda que em 2022 houve melhora na qualidade das praias do Rio de Janeiro em 14% dos pontos de coleta, que foram considerados bons. São Conrado, próxima à favela da Rocinha, ficou regular após seis anos como péssima ou ruim. A praia do Diabo, perto do Arpoador, e uma parte de Copacabana passaram de regular para boa.
O biólogo afirmou à reportagem ter expectativas positivas quanto às mudanças no saneamento, mas existem outros protagonistas, como as políticas públicas de habitação e ordenação do uso do solo, que precisam também evitar a poluição dos corpos hídricos.
Leia a reportagem completa em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/12/baia-de-guanabara-tem-praia-limpa-pela-primeira-vez.shtml