Maria das Graças Carneiro nasceu com o samba e nele se criou. Saiu da maternidade praticamente direto para a quadra da Mangueira e fez seu primeiro desfile na Marquês de Sapucaí em 1967, pela ala das crianças.
Ainda menina, teve o prazer de conviver com Cartola, Dona Zica, Carlos Cachaça e Nelson Sargento, a nata da verde e rosa e, consequentemente, da música. Rodou o mundo como passista, e aos 68 anos, faz parte da Velha Guarda. Com seis décadas de experiência, confessa que ainda sente frio na barriga antes do desfile.
Sua história se mistura às lembranças de lágrimas e risos das brigas que aconteciam durante os ensaios na rua, principalmente quando o “morro” precisava descer para buscar água na única bica, onde hoje fica a estação de trem na Rua Visconde de Niterói.
“Não existia água no morro. Não tinha cano ou torneiras nas casas. Não importava a hora. Sempre tinha mais de 40 pessoas numa fila para pegar água numa biquinha que ficava perto da linha do trem. Vinha a família inteira com pai, mãe, filho, primo, cada um com a sua lata. Saia até briga. Quando tinha ensaio a noite era um tormento para tirar o suor, a purpurina. Tinha que carregar balde de água ou usar talco”, lembra a baluarte.
Outra guardiã da história do samba também sofreu sem saneamento
Assim como Maria, Nilcemar Nogueira, conhece bem os problemas que a falta de saneamento básico pode acarretar. Dos cinco filhos que a sua avó, Dona Zica, deu à luz, quatro morreram ainda na primeira infância.
Neta de criação de Zica e do mestre Cartola, ela teve sua trajetória profissional ligada intimamente ao samba e em especial à Mangueira, comunidade que viu crescer sem o acompanhamento dos serviços básicos.
“Minha avó foi uma figura emblemática no mundo do samba. Dos cinco filhos, quatro ela perdeu pequenos, por doenças provocadas por questões sanitárias. Problema de verme, desinteria e tantas outras. Esse é um ponto que vem de longe e precisa ser cuidado. Não era apenas pelo aspecto do esgoto na calçada, mas pela exposição à questões sanitárias, de saúde pública. A população das favelas seguiu décadas sem nenhuma estrutura de saneamento. Hoje você tem empresas privadas responsáveis por esse bem-estar primário do ser humano”, pontuou.
Atuação da Águas do Rio no Museu do Samba
Nilcemar também destaca outra ação da Águas do Rio em um lugar muito valioso para ela, o Museu do Samba, que dirige há quase duas décadas. Lá, a concessionária retirou 27 mil litros de esgoto que escorriam diariamente pela encosta do morro para dentro do terreno.
“A obra foi fundamental, pois o local era foco de doenças como a dengue. Então, fico contente em saber que a Águas do Rio teve essa preocupação com a população da Mangueira. Além disso, a partir de agora, o museu poderá receber de forma mais confortável o público que quer conhecer um pouco da história do samba, um patrimônio cultural do Brasil”, disse Nilcemar.
Hoje, os visitantes podem aproveitar essas atividades sem o desconforto do mau cheiro de esgoto que impregnava o local ao longo dos anos. A Águas do Rio interceptou a calha e a conectou a uma nova rede de esgotamento sanitário direcionada para uma estação de tratamento.
Realidade das passistas mudou
Há pouco mais de um ano, Maria e Nilcemar viram a realidade mudar com a entrada das redes de abastecimento na Mangueira. Maria até brinca com a possibilidade de tomar banho a qualquer momento.
“Ah gente, no calor do Carnaval para tirar a purpurina era terrível. Agora tem banho à vontade, não tem de carregar balde”, ri a passista, enquanto se arrumava para mais um ensaio da sua escola de coração.
Participação ativa no Carnaval: hidratação em todos os setores
Além de água na torneira de casa, elas contaram com um serviço especial na Marquês de Sapucaí: a distribuição de água tratada na concentração e dispersão da avenida.
Essa parte já tem acontecido, o que mudou em 2024 é que a empresa garantiu a distribuição gratuita para todo o público, em todos os setores do Sambódromo.
Foram colocados pontos de hidratação em todos os 13 setores da Passarela do Samba por meio de bebedouros e mochileiros, assim como na concentração e dispersão.
A concessionária instalou contêineres em pontos estratégicos, como na Praça de Alimentação e em frente ao setor 9, com distribuição de água gelada.
Copos colecionáveis
A Águas do Rio entregou também 140 mil eco copos reutilizáveis, que se tornaram um sucesso e viraram artigo de coleção para os sambistas assíduos. Cuidar do bem-estar dos foliões é uma forma de participar ativamente do Carnaval. “É a força cultural que motiva a Águas do Rio a patrocinar, pela terceira vez consecutiva, a maior festa popular do planeta, onde a água se revela como a musa inspiradora que sacia a sede, purifica a alma e energiza o espírito de um povo que transforma a folia em uma ode à vida. carregar balde de água ou usar talco”, lembra a baluarte.