Para evidenciar a prática filantrópica de pessoas negras e destacar a importância da equidade de raça no investimento social, o GIFE organiza um dos mais importantes congressos no país sobre o tema, o Mês da Filantropia Negra.
Em 2024, com o tema “Futuros da Filantropia Negra — uma homenagem a Martin Luther King e Nêgo Bispo”, o evento foi realizado em Salvador (BA), no dia 08 de agosto.
Com o enfoque no tema afrofuturismo contemporâneo para estimular a imaginação e a co-criação de um futuro mais capacitado para as comunidades e organizações negras, o encontro na capital baiana contou com uma série de palestras e workshops.
Reflexões sobre o futuro e ações práticas
Entre os participantes, especialistas em equidade racial, que apresentaram reflexões e propostas de ações práticas voltadas a impulsionar o papel das organizações negras e o potencial das iniciativas de doação e finanças comunitárias para um futuro melhor para todos.
A reflexão teve três questões fundamentais: qual é o futuro da doação negra e das finanças sociais; quais fatores estão impulsionando esse futuro para promover o bem-estar, a equidade e a justiça; e que ações concretas estão sendo tomadas ou podem ser feitas para impulsionar o futuro da doação negra nos próximos anos.
A Aegea, uma das 170 empresas que fazem parte da plataforma de fortalecimento da filantropia negra e do investimento social privado no Brasil, foi uma das patrocinadoras do evento.
Respeito Dá o Tom: atuação transversal
Na abertura, Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea, o braço socioambiental da empresa, falou da atuação da empresa por meio do Respeito Dá o Tom.
“Criado em 2017, o Respeito Dá o Tom é o programa mais transversal da companhia. Tivemos o apoio do Instituto Identidades do Brasil, o ID_BR, para o lançamento e desde então estamos aprendendo, pois esse é um tema que é de todos e precisa de letramento constante”, disse.
Comitês regionais para chegar a todos municípios
“Em uma empresa de serviços no setor de infraestrutura, presente em mais de 500 cidades, nos dedicamos a fazer com que esse tema se dissemine por toda a companhia. Um dos pontos importantes é que logo ao entrar na empresa os colaboradores são capacitados sobre equidade racial e de gênero, para que realmente o tema esteja na mente de todos”, afirmou.
Uma forma de disseminação foi a criação de comitês regionais do RDT, que alcançam todas as unidades da Aegea. “Nos reunimos mensalmente para discutir como podemos avançar mais e mais, tornando essas ações e iniciativas ainda mais transversais na companhia”, disse.
Combatendo desigualdades por meio do saneamento
“O saneamento é a mais básica das estruturas de serviços, ninguém vive bem se não tiver água tratada e o esgoto coletado e tratado. Mas metade do Brasil ainda não tem. Isso significa milhares de doenças e mortes por falta de saneamento básico. Uma questão que os países desenvolvidos resolveram há 50 anos e nos permitimos, como sociedade, deixar morrer crianças, mães, pais, idosos, por não terem tido acesso à água tratada ou por ter contato permanente com esgoto sem tratamento”, contextualizou.
Para Édison Carlos, as pessoas que não têm acesso ao saneamento são, em sua maioria, as pessoas negras, as mulheres de até 40 anos de idade com filhos pequenos que precisam abdicar do seu trabalho, do seu tempo de estudo e de lazer porque sempre tem alguém doente em sua família.
Mães são as mais afetadas pela falta de saneamento
“As mães são as mais afetadas pela falta de saneamento. Então é nosso papel como companhia discutir essa temática, pois a falta de saneamento também é desigual e atinge mais as mulheres negras, que vivem nas áreas mais pobres da cidade. É um compromisso da Aegea sempre começar seu trabalho atendendo as áreas mais vulneráveis. Primeiro as comunidades, primeiro os becos, primeiro as palafitas. Só no Rio, por meio da Águas do Rio, estamos levando água pela primeira vez para mais ou menos 500 comunidades”, afirmou.
“Para nós, é motivo de orgulho estar em um evento do GIFE, é uma oportunidade de aprendizagem para ajudar a reduzir a desigualdade no Brasil por meio do saneamento universalizado. É um dever nosso apoiar eventos como esse e aprender cada vez mais”, finalizou.
A Aegea foi representada no evento pelo presidente do Instituto Aegea, Édison Carlos; Marina Rodrigues, gerente de Sustentabilidade, e Keilla Martins, coordenadora do Respeito Dá o Tom.