Aegea reduz perdas de água em quase 40 bilhões de litros por ano

Aegea reduz perdas de água em quase 40 bilhões de litros por ano
Texto: Adão Pinheiro

Um dos aspectos mais importantes das pautas ESG é o quanto elas desafiam as empresas a irem além do básico. Quando se trata de implementar ações amplas e efetivas de governança ambiental, social e corporativa, as organizações se veem diante da necessidade de repensar práticas e processos de forma a gerar impacto positivo.

“O saneamento por si só gera um grande impacto positivo para as pessoas e para o meio ambiente, mas entendemos que precisamos ir além e, em linha ao nosso propósito de movimentar vidas, proporcionamos prosperidade compartilhada a todos os públicos com os quais interagimos”, explica Moisés Salvino, gerente-executivo de Engenharia da Aegea.

Benefícios socioeconômicos do saneamento

De fato, segundo o Instituto Trata Brasil, se em menos de 20 anos o país conseguir atender a toda a população brasileira com saneamento, serão gerados R$ 1,4 trilhão em benefícios socioeconômicos. Entre eles, melhorias na saúde e educação, aumento da produtividade no trabalho, além do fomento do turismo e valorização ambiental. 

Estima-se que, entre 2021 e 2040, a economia com a melhoria das condições de saúde seja de R$ 25,1 bilhões, um ganho anual de R$ 1,25 bilhão. Além disso, o aumento de renda do trabalho seria de R$ 438 bilhões, ou seja, R$ 22 bilhões de ganho anual. 

Os dados apontam ainda que imóveis com acesso a água e esgoto tratados renderiam ao mercado imobiliário, por ano, uma valorização de R$ 2,4 bilhões. A expectativa de ganhos atrelados à cadeia do turismo seria da ordem anual de R$ 4 bilhões.

Entre os entraves para a expansão do saneamento no país estão as perdas de água tratada. 

Combate às perdas de água

No Brasil, 40,1% da água tratada se perde com vazamentos e ligações clandestinas na distribuição. A informação é de um levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento (Asfamas) e da organização Water.org. 

O estudo foi feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). A quantidade é suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros em um ano. É como se 7.800 piscinas olímpicas cheias de água tratada fossem desperdiçadas, diariamente.

Programas de Eficiência Energética e de Redução de Perdas de Água

A fim de apresentar sua contribuição para enfrentar esse desafio, a Aegea possui um amplo Programa de Eficiência Energética e de Redução de Perdas de Água. Em 2021, a redução no índice de perdas representou cerca de 39 bilhões de litros de água poupados nas concessões da empresa, o suficiente para abastecer 970 mil pessoas por um ano. 

Em outubro de 2022, por exemplo, as concessionárias da empresa que operam em Santa Catarina registraram índices de 17% a 28%, muito abaixo da média nacional. Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, as boas práticas de gestão de perdas da Águas Guariroba, fizeram cair, desde 2010, o índice de perdas de água de 57% para 19%.

Área especializada 

Os números são resultado de um esforço iniciado pela Aegea e suas unidades em 2013, quando a companhia criou um departamento especializado em combate às perdas, visando aumentar a eficiência dos processos. 

“A nova área gerou uma demanda interna por novas tecnologias, implementadas por especialistas multidisciplinares voltados ao combate às perdas de água tratada”, descreve Salvino, que lembra que o modelo de negócios da Aegea opera para que todas as suas concessões evoluam com relação à diminuição do volume de perdas.

“A empresa entende que essa é uma ação fundamental, não apenas do ponto de vista econômico, mas também ambiental, porque preserva os volumes dos reservatórios e demais pontos de captação. A sociedade também é beneficiada, já que mais pessoas, especialmente as vulneráveis, passam a contar com um serviço que é tão importante”, diz ele.

Raio-X do desperdício da água

No Brasil, 40,1% da água tratada é perdida com vazamentos e ligações clandestinas na distribuição. São 7.800 piscinas olímpicas cheias de água tratada desperdiçadas diariamente, quantidade suficiente para abastecer 63 milhões de brasileiros em um ano, segundo o estudo citado.  

O exemplo das unidades da Aegea em Santa Catarina

Com investimentos em tecnologia de ponta e intenso esforço na operação dos sistemas, como substituição de redes e ferramentas inovadoras, a Aegea conquistou índices importantes em suas operações em Santa Catarina. No estado, atua com as concessionárias Águas de Bombinhas, Águas de Penha, Águas de Camboriú e Águas de São Francisco do Sul.

“A redução no índice de perda de água tratada é foco permanente das concessionárias. Nos tempos atuais não se concebe operar sistemas de abastecimento sem essa preocupação. O enfoque de atuação responsável e sustentável com o meio ambiente nos exige isso”, explica Reginalva Mureb, diretora-presidente das unidades de Santa Catarina. 

Ações que reduzem perdas e melhoram distribuição

Para ela, a redução de perdas representa ainda a melhor distribuição de água para os bairros e, consequentemente, maior oferta de água tratada. As ações implementadas pela empresa incluem informações em tempo real geradas por um Centro de Controle Operacional. Elas permitem melhorar a manutenção e a revisão constante dos sistemas.

Além disso, foram instalados macromedidores em pontos estratégicos para medir o volume de água distribuído, de forma a facilitar a comparação entre o quanto de água saiu da estação de tratamento de água e o quanto chegou às residências. Assim, os reparos e as manutenções preventivas se tornaram constantes.

Outra ação realizada foi o uso de um equipamento chamado geofone, que busca identificar vazamentos ocultos no subsolo com ajuda do som. A tecnologia é acompanhada do diálogo com a comunidade: a orientação dada à população é para que sempre entre em contato com a empresa tão logo um vazamento seja identificado.

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