Efetividade nas ações de saneamento com integração entre governos, empresas e sociedade civil, para levar água tratada e o serviço de coleta e tratamento de esgoto, principalmente para as comunidades mais vulneráveis. Várias vozes na Glocal Experience acreditam nesta sinergia para potencializar o alcance dos investimentos em água e esgoto. Destacamos aqui as de Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, a dos presidentes da Águas do Rio e do Instituto Aegea, Alexandre Bianchini e Édison Carlos, respectivamente.
Universalização do saneamento no Rio
Alexandre Bianchini participou da conferência “A universalização do saneamento no Rio de Janeiro”, da Glocal Experience, que contou também com representantes das demais concessionárias e empresas do setor e do Instituto Rio Metrópole. Destacou as ações que vêm sendo realizadas nas comunidades, que vão além do acesso à água e à coleta e tratamento de esgoto, levando saúde e dignidade e geração de renda. Bianchini mencionou também o resultado bem sucedido na Barreira do Vasco, em São Cristóvão (RJ), uma das primeiras a ser atendida pela Águas do Rio.
“Era uma localidade que não tinha abastecimento de água regular. Iniciamos um processo social que engloba geração de empregos, recuperação e implantação das redes de água e esgoto, educação ambiental e oferecemos a tarifa social. As pessoas passaram a ter água tratada nas torneiras, o consumo se tornou mais consciente e 85% das contas emitidas foram pagas antes do vencimento. Isso demonstra que quando é feita entrega de qualidade, a sociedade se engaja positivamente”, afirmou, acrescentando que dos 5 mil empregos diretos com a concessão, 3.500 foram preenchidos por moradores de comunidades.
Praia de Botafogo com boas condições na qualidade da água
Segundo Bianchini, a prioridade da empresa, hoje, é a recuperação das estruturas já existentes, tais como estações de tratamento, redes, reservatórios, entre outros, para que funcionem em sua plenitude. “Só com isso já será possível ver resultados, como vimos esta semana com a balneabilidade da Praia de Botafogo. Mas este é um esforço conjunto, pois ao falarmos de saneamento falamos também da correta destinação do lixo, controle de ocupações irregulares. Por isso é importante a conjugação de forças”, pontuou o diretor-presidente da Águas do Rio.
Trabalho da Águas do Rio em destaque na Glocal
O trabalho que vem sendo desenvolvido pela Águas do Rio foi destacado pelo CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, Carlo Pereira, na abertura da Conferência na Glocal Experience, em 13 de julho.
“As empresas de saneamento, quando investem efetivamente numa localidade, promovem uma transformação muito clara. Temos testemunhado agora, no Rio de Janeiro: em poucos meses, a presença da Águas do Rio já gera impactos relevantes. Milhares de pessoas de comunidades foram contratadas, então temos impacto social direto. Tem um impacto claro no ambiente, como na Praia de Botafogo que, por duas vezes consecutivas, teve a balneabilidade assegurada por conta dos processos que a empresa tem promovido”, disse Carlo Pereira.
“Estamos vindo numa velocidade bastante interessante no ODS 6. O novo Marco Legal do Saneamento foi um acelerador, que possibilita uma universalização em 2033. Um pouco depois da Agenda 2030, mas que já seria um avanço imensurável no Brasil”, afirmou o CEO do Pacto Global da ONU em entrevista após participar da conferência “Um Rio para o futuro”, ao lado de Bruno Aranha, do BNDES, e Manuel Belmar, da Globo. A conversa foi mediada pela jornalista Rosana Jatobá.
Segurança hídrica: foco do Instituto Aegea
A integração de forças também foi citada durante a conferência “Desafios e oportunidades para a segurança hídrica no Brasil”, que contou com a participação do presidente do Instituto Aegea e diretor de Sustentabilidade da Aegea, Édison Carlos, e do diretor de Estratégias de Conservação para a América Latina da TNC, Fernando Veiga. Para Edison, o Brasil tem a água como um ativo estratégico, pois as principais atividades econômicas do país dependem diretamente da disponibilidade deste recurso.
Os principais produtos de exportação do Brasil, a energia hidrelétrica, tudo isso tem na água a sua base. O agronegócio recebe 60% da água da natureza. Se não colocarmos todos os agentes da sociedade na mesma mesa para discutir a questão hídrica não há como termos um futuro seguro. As empresas do setor de saneamento investem, lógico, mas as ações precisam ser coordenadas”, argumentou.
Dever de casa: construir cidadãos mais conscientes
Para Edison, o Brasil paga o preço de um histórico de “baixo investimento e destinação equivocada”, na questão do saneamento. Segundo ele, hoje podemos comemorar o fato de que setores público e privado já estão dialogando sobre este ponto. “A Aegea, por exemplo, tem investido em inovação e tecnologia, como por exemplo, a busca de bombas inteligentes, que controlam a pressão da água distribuída pelas tubulações e evitem o desperdício, pois cada litro de água que não se perde é menos um litro a se buscar na natureza. Em momentos de crise hídrica há mobilização e consciência no uso, mas isso acaba se perdendo quando a situação se equilibra. Este é um dever de casa para todos nós: mudar a forma como se vê o uso da água no Brasil. Construir cidadãos mais conscientes para um futuro mais resiliente”, considerou.
Glocal Experience
A Glocal Experience começou no último sábado (9/7) e segue até o próximo domingo, 17 de julho, na Marina da Glória. O evento tem como objetivo estimular o debate e reforçar a importância do trabalho em conjunto para que as metas indicadas na Agenda 2030 – Ações com foco no desenvolvimento sustentável -, desenvolvida pela ONU, sejam alcançadas. A programação do evento conta com música, arte, tecnologia e debates. Saiba mais em: glocalexperience.com.br
Fotos: Ademir Junior, Júlio César Guimarães, Marcos André Pinto e Paulo Whitaker.