Da sua casa à natureza: como é tratado o esgoto na Aegea

ETE Manguinhos Aegea

Apenas em Serra (ES), um dos 154 municípios atendidos pela Aegea, mais de 1 bilhão de litros de esgoto são tratados por mês. A cidade é destaque no ranking do saneamento básico entre as 100 maiores do Brasil com os investimentos que vêm sendo feitos por meio da Parceria Público-Privada (PPP) firmada entre a Ambiental Serra, da Aegea, e a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan).

O caminho do tratamento do esgoto é longo e cheio de processos importantes. “É preciso tratar para remover os poluentes da água previamente usada pela população, que se transformou em esgoto, de forma a devolvê-lo aos corpos hídricos em boas condições e de acordo com os parâmetros exigidos pelos órgãos ambientais”, destaca a gerente de Operações da Ambiental Serra, Isabelly Gonçalves.

536 mil pessoas são beneficiadas com coleta e tratamento de esgoto em Serra (ES).

Para isso, a Ambiental Serra criou as estações de tratamento de esgoto (ETEs), cada uma com diversos processos químicos, físicos e biológicos que garantem a retirada dos poluentes de forma eficaz. Em Serra, são 21 ETEs.

O caminho do esgoto até a ETE

O primeiro passo começa dentro da própria residência, ao interligar o sistema de esgoto à rede coletora. Ligado à rede, o esgoto é transportado pela rede de coleta que tem ao longo do caminho estações elevatórias que bombeiam o resíduo para a estação de tratamento.

Ao chegar na ETE, passa por um tratamento preliminar de gradeamento para remover o lixo, areia e outros objetos lançados indevidamente no esgoto pelos usuários.

“Por isso, orientamos o cidadão a não jogar lixo – como absorventes femininos, papel, pano, preservativos e cigarros – no vaso sanitário, e, claro, restos de comida na pia. Esses materiais danificam a tubulação e dificultam os processos do tratamento”, alerta a coordenadora.

Tratar o esgoto é cuidar da saúde

Após este processo, os detritos sólidos são retirados e é feito o tratamento em si, que separa a parte líquida e sólida do esgoto, chamada de lodo, que vai para o aterro sanitário. Na Aegea, várias unidades já transformam o lodo em adubo. Já a parte líquida, chamada de efluente, passa pela desinfecção e é devolvida à natureza, seguindo as normas ambientais.

1,2 bilhão de litros de esgoto são tratados no município por mês.

“O foco do tratamento dos esgotos é contribuir com a saúde da população e preservar o meio ambiente, especialmente garantindo a qualidade das águas de lagoas, rios, mares e até de reservatórios subterrâneos. Isso é importante para garantir a sustentabilidade desse recurso, que é finito”, destaca Isabelly Gonçalves.

Modelo eficiente da Ambiental Serra sem produtos químicos

O principal processo de tratamento da parte sólida do esgoto é a tecnologia de lodo ativado, uma massa de microrganismos que se desenvolveu às custas da matéria orgânica presente no esgoto e, neste caso, na presença de oxigênio dissolvido. Os lodos ativados são formados por bactérias, algas, fungos e protozoários.

O procedimento é considerado como um dos mais eficientes, modernos e difundidos pelo mundo, pois é totalmente biológico, excluindo qualquer adição de produtos químicos.

“A vantagem desta tecnologia é aproveitar o espaço físico, pois ela não requer grandes áreas para sua construção, além de ser um processo muito eficiente e rápido, amigo da natureza”, destaca Isabelly Gonçalves.

Para seu tratamento, o esgoto afluente (ainda sem tratamento) é direcionado a um tanque onde é aerado (por isso é considerado um tratamento aeróbio). Nesse processo, a matéria orgânica presente no afluente é consumida pelos microorganismos aeróbios (aqueles que utilizam oxigênio para crescer) que compõem o lodo. Depois desse processo, o efluente é enviado a um decantador em que a parte sólida é separada e desidratada.

Os benefícios do acesso ao esgoto coletado e tratado são imensos para a saúde das pessoas, para o desenvolvimento das cidades e a conservação do meio ambiente.