Projetos ampliam olhar dos estudantes da rede pública

Projeto Estudantes

Com os olhos curiosos, os alunos da Escola Municipal Luiza Terra de Andrade, de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, chegam na Casa Museu Carlos Scliar. Vão assistir à primeira oficina da 4ª edição do projeto CaptaAção que este ano inspira os participantes a refletirem sobre território, identidade e cultura.

Bem longe dali, no município de Carlinda, no interior de Mato Grosso, olhos atentos também. A experiência interativa faz os estudantes da Rede Pública de Ensino viajarem pela importância do ciclo da água por meio de realidade aumentada na exposição itinerante Olho D’Água – Artes Líquidas e Águas Visuais.

Duas propostas bem distintas para um mesmo objetivo: aumentar a conscientização de crianças e jovens para que, a partir do conhecimento adquirido, possam ajudar a melhorar o local onde vivem. É por meio de projetos assim que as unidades da Aegea fazem a diferença nos locais onde atua.

Imersão na realidade aumentada

Já a exposição itinerante Olho D’Água – Artes Líquidas e Águas Visuais partiu do Rio de Janeiro para levar para Carlinda, no Mato Grosso, diversas ferramentas artísticas e tecnológicas em um Tech-Truck, o caminhão interativo com uma multi-plataforma digital.

Viabilizada pela Lei Rouanet, do Ministério do Turismo, produzida pela 3 Apitos Cultura e realizada pelo Instituto Aegea, tem apoio das unidades da empresa. Circula pelos municípios atendidos pela Aegea e só no Rio de Janeiro recebeu a visita de 5.065 pessoas – quase a metade dos alunos eram de escolas públicas.

Águas visuais em circulação

Em Mato Grosso a exposição já passou por Primavera do Leste, Campo Verde, Diamantino e Sorriso. Depois de Carlinda, onde ficou quatro dias na Praça do Ginásio de Esportes, partiu para as cidades de Guarantã do Norte, Matupá e Sinop. 

Com o tema “Ciclo da água e sua importância para a vida humana e de todos os seres vivos”, o projeto tem como objetivo despertar o olhar de cada participante para a sustentabilidade e preservação dos recursos hídricos de forma lúdica e transformadora.

Carro Projeto

Caminhão desenvolvido para o projeto

O projeto atende crianças e jovens de escolas da rede pública de ensino e tem horários alternados para a visitação do público em geral. Nos finais de semana são exibidos filmes da “Mostra Cine ao Ar Livre”, com roda de conversa após as sessões. Todas as atividades são gratuitas.

O Tech-Truck foi desenvolvido exclusivamente para o projeto e conta com Cine-Box, de realidade aumentada via óculos 3D, que tem o intuito de promover a imersão absoluta do espectador no tema proposto. Tem ainda quatro instalações artísticas produzidas por artistas renomados convidados e a estrutura para exibir os filmes ao ar livre.

Mergulho no território, identidade e cultura

Todas as obras de Carlos Scliar, a arquitetura do local e a bela vista para o Canal do Itajuru (RJ), se unem para compor o tema da 4ª edição do Captação: ‘Meu Lugar, Meu Patrimônio’. O projeto, realizado pela Prolagos, em parceria com o Instituto Carlos Scliar, é voltado para alunos do 9° ano da rede pública municipal de ensino.

Oficinas de produção artística

Participam as cidades de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro. Tem o intuito de gerar uma reflexão sobre território, identidade e cultura. Além das visitas mediadas à casa museu, os estudantes participarão de oficinas com produção artística de imagens e fotos, e sessões de cinema.

Os encontros são guiados pela arquiteta e coordenadora do Instituto Carlos Scliar, Cristina Ventura, que liderou no ano passado, a restauração da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.  Na última fase do cronograma os jovens são desafiados a produzir uma composição musical, curta-metragem ou texto, que represente o tema de forma original e criativa. 

Prêmios para os alunos

Os trabalhos inscritos serão analisados por uma comissão julgadora formada por colaboradores da concessionária, que irá avaliar a criatividade, inovação, originalidade e fidelidade ao tema. O primeiro colocado será premiado com um smartphone, o segundo lugar, com um tablet, e o terceiro, com fones de ouvido.

Ao todo, 20 escolas participam do projeto. Desde 2017, mais de mil alunos foram beneficiados com o CaptaAção. Segundo Simony Dias, coordenadora de Responsabilidade Social, a intenção é fazê-los enxergar a importância de valorizar a cultura e o patrimônio. O que acontece não só com objetos artísticos, mas também percebendo tudo o que faz parte da identidade deles.

Importância do conhecimento

“A oficina foi muito interessante, pois conseguimos ver todas as obras e memórias preservadas do Carlos Scliar, no lugar onde ele viveu. Aprendemos de forma didática e muito divertida. Podemos entender a importância de preservar não só as artes, como também o lugar onde vivemos”, diz o aluno Daniel Medeiros.

“Esse é um projeto ímpar, que vem pra gente como uma etapa desse processo inacabado da construção do conhecimento e da sociedade que a gente acredita. A temática em torno da identidade e pertencimento é fundamental para a preservação do nosso patrimônio”, pontua o diretor da escola, Allan Hau.

Mais sobre o Instituto Carlos Scliar

A Casa Scliar, tombada pelo patrimônio municipal, possui um centro de pesquisa com mais de 10 mil documentos datados a partir da década de 1930. O acervo é constituído de correspondências, recortes de jornal, gravuras, periódicos, fotografias, telas, esculturas, obras literárias entre outros itens, e narra os principais acontecimentos do Brasil do século XX, fundamental para a compreensão da história e cultura nacional, trata ainda da participação do Brasil na Segunda Grande Guerra Mundial. O centro de pesquisa atende a pessoas de todo o país. Para manter a integridade da coleção, mesmo durante o período de pandemia e isolamento social, são necessárias ações de conservação e prevenção.

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