Atuação pautada pelo respeito contribui para empresas mais igualitárias e produtivas

Atuação pautada pelo respeito contribui para empresas mais igualitárias e produtivas
Texto: Rosiney Bigattão

Pesquisa recente aponta que a maioria dos brasileiros diz haver racismo no Brasil, mas apenas 33% admite que existe preconceito contra negros, segundo pesquisa PoderData, realizada em outubro deste ano.

Como contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária, respeitando a diversidade brasileira?

Há sete anos, a Aegea responde à pergunta, com uma atuação diária por meio do Respeito Dá o Tom (RDT), programa de diversidade, igualdade racial e de gênero.

O resultado desta iniciativa pode ser visto nos números que refletem a eficiência operacional e a disciplina financeira, pois uma empresa mais diversa é também mais produtiva.

Necessidade de espelhar a diversidade da população

“A Aegea nasceu com um DNA de inquietude, provocativo, de não se estabelecer no status quo, de buscar fazer diferença no sentido mais amplo possível. Hoje tem muitas empresas falando sobre diversidade e ampliação de oportunidades. Só que a Aegea começou isso em 2017, na época praticamente ninguém falava sobre isso. Ela viu a necessidade de espelhar, nas várias cidades onde opera, a diversidade da população brasileira dentro do seu time”, explica Josélio Alves Raymundo, diretor na Aegea, um dos responsáveis pela implantação do programa.

“Mais do que espelhar a diversidade, a questão era mudar uma realidade, pois não é só onde o país está acostumado a ver o negro ou a negra, que é no chão de fábrica. Enfim, a Aegea viu a necessidade de buscar espelhar em cargos estratégicos, em cargos de liderança. O objetivo era trabalhar esse tema, que é tão velado no país, mas várias pesquisas comprovam que existe, é forte e presente. A empresa tomar essa decisão, de olhar para isso de frente, foi algo bastante disruptivo”, diz.

Respeito Dá o Tom: pauta de Direitos Humanos

“É uma pauta de Direitos Humanos que a Aegea começou  de uma forma tão inovadora há sete anos que vem se fortalecendo. Por isso, o Respeito Dá o Tom é premiado e reconhecido justamente pelo caráter inovador, pelo tempo e pela profundidade que tomou. Por tudo isso, novembro é momento de celebração para nós e também de refletir sobre o futuro do programa, para que ele contribua cada vez mais para uma sociedade mais inclusiva”, afirma Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea e diretor de Sustentabilidade da Companhia. Desde 2024, o programa está na gestão do Instituto Aegea e da Diretoria de Sustentabilidade.

“Hoje temos 13 comitês locais com representatividade em todas as unidades. São 167 voluntários que fazem com que nossas orientações, letramentos, cursos e lives aconteçam nas várias cidades onde atuamos. Nós criamos o Comitê Executivo de Diversidade, que envolve diretores de várias áreas. Por meio do Instituto Aegea e da Responsabilidade Social, a gente faz com que o Respeito Dá o Tom chegue nas pontas. Então tem um alinhamento para que todas as áreas olhem os pilares de raça e gênero na escolha e na propagação dos projetos que a gente desenvolve nos territórios”, diz Édison.

Três pilares de atuação e seus impactos positivos

O Respeito Dá o Tom atua por meio de três pilares. Empregabilidade foca na geração de oportunidades. Desenvolvimento trabalha a disponibilização de oportunidades de aprimoramento e crescimento na Companhia. Relacionamento na disseminação de conteúdos, parcerias e participações em iniciativas para fomentar a questão.

“Era preciso dar o primeiro passo e movimentar, seja no trabalho ou nas cidades onde estamos inseridos. Para além de nossos ambientes internos, mas também de alguma forma fomentar isso na sociedade, alavancar os nossos parceiros e a nossa comunidade. Não aceitar de jeito nenhum o racismo praticado, seja em qualquer uma das nossas lojas ou unidades”,  aponta Josélio.

Programa mais transversal da Aegea

“Uma das orientações do Respeito Dá o Tom é para que todos olhem se o bairro onde estamos atuando têm essas características de pessoas negras, vulneráveis e mulheres chefes de família. É um olhar bem importante que estamos levando transversalmente, que é o caráter do RDT, talvez seja o programa mais transversal da Aegea. Isso faz com que a Companhia tenha outros ganhos”, afirma Édison Carlos.

Mercado financeiro e diversidade

Um ponto importante no Respeito Dá o Tom são os Sustainability-Linked Bonds, a emissão de títulos sustentáveis pela Aegea baseada na ampliação de mulheres e pessoas negras em posição de liderança, feita em 2022, a primeira deste tipo por uma empresa de saneamento na América Latina.

“Tudo isso mostra que o mercado financeiro vê no RDT um diferencial da Aegea, com sua atuação vinculada aos pilares do ESG, demonstrando realmente que as instituições estão olhando com muito compromisso para o que as empresas estão fazendo. Para a empresa, que tinha no RDT questões de raça muito fortes, houve um fortalecimento ainda maior ao agregar as questões de gênero também”, diz Édison.

Mais desenvolvimento para os colaboradores

“Esse olhar de oportunizar trouxe uma série de benefícios internos, para os nossos colaboradores. É perceptível o quanto esse tema se difundiu na Companhia, era comum ver as pessoas negras um pouco retraídas, hoje se sentem valorizadas. Recebemos relatos que por meio do RDT começaram a se aceitar. Passaram a entender que a questão não é pessoal, pois existe algo estrutural dentro do país, e se movimentam para mudar, usando a Academia Aegea para buscar mais oportunidades para suas carreiras e suas vidas”, afirma Josélio.

O executivo lembra que uma das demonstrações do impacto positivo gerado pelo programa no clima organizacional são os vários reconhecimentos das unidades da Aegea como Lugares Incríveis para se Trabalhar.

Uma maratona a ser vencida por todos

Os executivos apontam que ainda há muito a se fazer quando o tema é diversidade e equidade. “Sempre falamos que não adiantava pensar que seria uma corrida de 100 metros, sabíamos que seria uma jornada longa, uma maratona mesmo, pois são vários desafios. Ninguém corrige mais de 350 anos de escravidão em pouco tempo, não é por isso também que a gente pode ou deveria ficar quieto, pelo contrário, estamos nos movimentando e queremos envolver a sociedade nessa caminhada”, diz Josélio.

“É um momento de celebrar e de pensar no futuro do RDT para que ele seja ainda mais inclusivo, trabalhe ainda mais a diversidade e a equidade. Isto está na Cultura Aegea, em um dos pilares estruturantes que é o de brasicidades, que respeita os diversos brasis existentes. Temos que cada vez mais abraçar todos os brasileiros, nos quatro cantos do país, independente de raça, cor, sexo ou orientação sexual, isso é  parte do nosso progresso via RDT para todas as pautas de Direitos Humanos”, conclui Édison.