O desafio de garantir acesso aos serviços para comunidades cariocas

Comunidades Cariocas
Texto: Rafael Casado

Subindo morros, margeando córregos ou linhas de trem, as favelas do Rio de Janeiro fazem parte da paisagem urbana do carioca. Na cidade onde as belezas naturais se fundem às construções informais e são exibidas em cartões-postais, a Águas do Rio (RJ) abraçou o desafio de sanear mais de 500 comunidades da capital, onde vive aproximadamente um milhão de pessoas.  

O número de famílias nessas áreas ultrapassa muitos dos outros 26 municípios fluminenses que também fazem parte do contrato de concessão. A empresa chegou ao Estado do Rio de Janeiro com o grande desafio de universalizar o acesso aos serviços básicos de saneamento com o abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto para cerca de 10 milhões de pessoas.   

Ultrapassando barreiras

Nas comunidades, o desafio é ainda maior: vencer as condições de relevo acidentado e a falta de urbanização em muitas dessas áreas. As equipes se adequam para lidar com a arquitetura de barracos amontoados, escadas estreitas com degraus irregulares e vielas com larguras reduzidas para a instalação de postes, degraus e grades.

Locais com estrutura precária de energia elétrica e onde pedestres concorrem com o espaço de lazer das crianças, janelas no nível do chão, esgoto sendo lançado em frente das casas em meio a motos e bicicletas. A configuração urbana das comunidades também está em constante transformação.

É alguém que levanta uma parede, constrói uma laje, porque os filhos se casam. É uma nova família que aumenta a necessidade de água encanada e coleta de esgoto, e isso acontece de forma alheia a qualquer planejamento de infraestrutura urbana.  

Superintendência de Comunidades

Foi criada a Superintendência de Comunidades com a missão de conquistar a “licença social” junto aos moradores. “Licença” é como um resgate da confiança e dignidade do cidadão, que após décadas de exclusão social, está desacreditado da possibilidade de receber atendimento de excelência.   

Para garantir essa qualidade será investido R$ 1,2 bilhão na distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto nas comunidades não urbanizadas, que vão refletir em benefícios à saúde, qualidade de vida, valorização imobiliária e preservação ambiental.

Tarifa Social e valorização das lideranças

A empresa também adotou um atendimento itinerante para regularização e melhorias na prestação de serviços em áreas de vulnerabilidade social e investe na ampliação da Tarifa Social, facilitando o acesso aos serviços e promovendo dignidade aos clientes de baixa renda.

A Superintendência de Comunidades atua como um canal direto de relacionamento com as lideranças comunitárias para entender as necessidades locais e agilizar as soluções. Todas as ações acontecem com as bandeiras de compliance hasteadas e supervisão constante dos gestores. 

Acompanhando a obra de perto

Em uma das comunidades na zona norte do Rio, na Ilha do Governador, a substituição de 50 metros de tubulação acabou com problemas de esgoto que desciam o morro sem canalização. A obra também recompôs a escadaria de um dos principais acessos dos moradores.

“Há cinco anos vejo esse esgoto escorrendo pela rua e em dois dias a obra foi feita. Queremos que sintam essa felicidade que estamos vivendo. Finalmente estou livre desse esgoto, do mau cheiro e das doenças”, afirma Genildes Evangelista, de 68 anos, que mora há quatro décadas no local. 

Serviços além do saneamento

O propósito da Águas do Rio vai além dos serviços de saneamento básico. A companhia também vem implementando iniciativas para promover a transformação social, com a geração de emprego e renda, inclusão, educação e saúde.

Tanto que, dos cerca de cinco mil funcionários contratados, quase a metade é formada por moradores de comunidades selecionados por meio das oficinas de currículo, desenvolvidas pela empresa, com o apoio e a participação das lideranças comunitárias.

Muitos engenheiros, arquitetos, auxiliares de escritório, eletricistas, recepcionistas que, prejudicados pela COVID, estavam em busca de uma recolocação no mercado de trabalho. É o caso de Rafael Felix dos Santos, de 28 anos, morador do Morro dos Cabritos, zona sul do Rio, formado como técnico de segurança do trabalho e eletrotécnica.

Tratamento com respeito

“A Águas do Rio enxerga e trata a comunidade com muito respeito. Dá para ver que a empresa tem mesmo vontade de mudar a situação do saneamento básico no estado. Isso fica claro quando são contratados diversos moradores de comunidades, como eu. As comunidades têm força e sua gente tem muito a mostrar. Tenho orgulho de onde eu sou e de trabalhar na Águas do Rio”, comenta Rafael.

São muitos os desafios, mas a Águas do Rio está empenhada para fazer acontecer e voar alto nos céus do Rio. Lembrando que do alto tudo é lindo, mas é de perto que se enxergam os problemas da cidade. Por isso, é preciso estar o mais próximo possível da realidade para melhor atender os clientes.