Live do Respeito Dá o Tom é inspiração para superação de desafios

Live do Respeito Dá o Tom é inspiração para superação de desafios

Do balcão à alta direção. É assim que se apresentou a consultora e palestrante Iris Barbosa Barreira, convidada a compartilhar suas experiências na live do Respeito Dá o Tom, programa de diversidade e igualdade de gênero da Aegea. 

Realizado em 14 de novembro, o evento antecipou a celebração do 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra. Logo no início, três mulheres negras lembraram a importância da busca por mais igualdade na sociedade brasileira.

Invisibilidade e racismo no mercado de trabalho

“O 20 de novembro é uma data histórica para lembrar a luta de séculos da população negra, que traz à tona uma série de questões importantes para todos nós”, disse Keilla Martins, coordenadora do Respeito Dá o Tom, que fez a mediação da live. “Na Aegea, o programa tem feito a diferença na vida das pessoas desde 2017, com ações afirmativas”, afirmou.

“Tenho muito orgulho das minhas conquistas profissionais, pois comecei a trabalhar muito jovem como balconista e, depois, fui durante 36 anos executiva do McDonald’s e Apple. Mas também, quando vejo os números, tenho vergonha, pois temos ainda poucas mulheres na liderança de grandes empresas”, disse Iris Barbosa. Segundo o IBGE, são apenas 0,4%.

A força do propósito para vencer os desafios

Iris confirma com seu depoimento um estudo feito pela FGV, que aponta que a invisibilidade e o racismo são palavras. “Comecei a trabalhar em uma época em que mulher negra, da periferia e de escola pública não tinha espaço. Foi com a força do meu propósito, de querer fazer o melhor, que fui sendo reconhecida e promovida”, afirmou.

“Quando fui promovida a coordenadora, era para que eu ensinasse as pessoas a atenderem com a paixão que eu fazia. Acredito que o comprometimento que sempre tive com o meu trabalho, em dar o meu melhor, seja no atendimento do balcão, na limpeza do chão ou na gestão, me ajudou a chegar até aqui”, disse. Ela contou que não foi fácil, ao contrário, enfrentou muito preconceito.

Acolhimento por meio do Respeito Dá o Tom

Carioca que atualmente vive em Sinop e trabalha nas unidades em Mato Grosso, a colaboradora da Aegea, Anne Ribeiro, também passou por situações constrangedoras no mercado de trabalho em função da cor da pele antes de chegar à empresa. 

“Fui aprovada em um processo seletivo e fiquei surpresa e encantada em ver, na integração, que a Aegea tinha um programa de diversidade e igualdade. Cheguei ao lugar certo, pensei”, afirmou Anne, que se sente entre iguais e acolhida na empresa.

Acolhimento por meio do Respeito Dá o Tom

O diretor-executivo de Operações da Aegea, Joselio Alves Raymundo, padrinho do RDT, também participou da live. Contou sobre seu desenvolvimento profissional na empresa e a importância de programas como o Respeito Dá o Tom nessa luta tão importante para a sociedade brasileira.

“O melhor seria não precisar ter programas assim, mas frente ao racismo estrutural do nosso país, é extremamente necessário para que possamos, como deseja a Aegea, refletir a diversidade da população em todos os cargos hierárquicos da empresa”, disse.

O executivo falou ainda das metas sustentáveis da Aegea em ampliar o número de negros e mulheres em cargos de liderança e da atuação rotineira que vem sendo feita na busca por mais espaço para a representação negra no país, com mais inclusão e menos preconceito.

“Respeitar a diversidade faz parte da nossa estrutura organizacional, é um dos cinco talentos da nossa empresa: o agentes da dignidade. Ser agentes da dignidade é respeitar a diversidade”, disse a vice-presidente de Gestão de Pessoas, Márcia Costa, no encerramento da live.

Reflexão sobre justiça social

Para o Instituto Ethos, a data traz uma reflexão sobre a construção da trajetória dos negros no Brasil, que é representada e narrada como nada além da escravidão, das cicatrizes. 

Segundo ele, o apagamento da verdadeira história faz parte de um sistema de opressão que alimenta a narrativa de subalternidade e violência. Olhar para o passado e rever os fatos é fundamental na busca de justiça racial.

Mais sobre o 20 de novembro

O Dia Nacional da Consciência Negra foi escolhido para lembrar a morte de Zumbi dos Palmares, quilombo da Região Nordeste do país. É como uma reivindicação para tornar essa figura histórica como símbolo de resistência. A data foi instituída oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. 
Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695 e atualmente existe uma série de estudos que procuram reconstituir a biografia desse importante personagem da resistência à escravidão no Brasil. A celebração da data acompanha movimentos mundiais em busca de uma sociedade mais justa e igualitária para todos os povos.