Unidade da Aegea testa tecnologia inovadora para reaproveitar lodo

Unidade da Aegea testa tecnologia inovadora

Uma tecnologia inovadora e sustentável passará a ser aplicada na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Arraial do Cabo (RJ), que contará com uma Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR).

A UTR é capaz de transformar o lodo resultante do tratamento do esgoto doméstico, material que geralmente é descartado em aterro sanitário, em uma substância que pode ser tratada e reutilizada.

Depois de processado, o resíduo se transforma em gás biocombustível e em um tipo de carvão vegetal, chamado biochar, elemento útil para aplicação na agricultura, para recuperar solos degradados e sequestro de carbono.

O lodo será tratado por um processo chamado de “pirólise lenta a tambor rotativo”. É um processo de decomposição termoquímico da matéria, feito na ausência de oxigênio. O gás produzido é filtrado e enviado para queimadores ou moto geradores para geração de energia.

Uma parcela do gás retorna para alimentar o processo. Com isso, não são produzidos gases poluentes ou tóxicos. A explicação é de Rodolfo Cardoso, doutor em Engenharia de Produção, da Universidade Federal Fluminense, responsável pelo projeto.

Testes com resultados inovadores para o país

Segundo ele, os testes que serão realizados na unidade operacional da Prolagos vão trazer resultados inovadores no país. Eles têm financiamento da Águas do Rio e Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Prefeitura Municipal de Arraial do Cabo.

No Brasil, existem muitas formas de tratamento e reaproveitamento do lodo. Mas dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017) indicam que menos de 5% do lodo sanitário é reaproveitado. A maioria é aplicado como compostagem, incineração e outras formas de gaseificação. Várias unidades da Aegea adotam técnicas de reaproveitamento.

A da Prolagos terá capacidade para tratar duas toneladas de lodo por dia. O projeto terá duração de três anos e a expectativa é testar a aplicação da tecnologia, visando construir modelos de aplicação para as diferentes condições das estações de tratamento de esgoto no estado do Rio de Janeiro.

Nas cidades atendidas pela Prolagos, 80% do esgoto produzido é coletado e 100% é tratado nas estações de tratamento de esgoto, uma prática adotada em todas as unidades da Aegea. Para o diretor-presidente da Prolagos, Pedro Freitas, um grande passo está sendo dado.

“O investimento na nova tecnologia vai promover o saneamento energético, permitindo transformar um passivo ambiental de alto impacto, que é o lodo das estações de tratamento de esgotos, em benefícios para a natureza e sociedade”, diz ele.

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