Vida nova para moradores que passaram a receber água tratada em casa

Vida nova para moradores que passaram a receber água tratada em casa
Texto: Patrícia Gualberto

Durante a juventude de Eunice Silva, de 66 anos, os sambas do Salgueiro eram sua companhia nas subidas e descidas das escadarias do morro, carregando baldes de água na cabeça. Décadas se passaram, a integrante da ala das baianas da escola e vizinhos instalaram, por conta própria, bombas que forneciam água de tempos em tempos. 

Com a chegada da Águas do Rio (RJ) à área mais alta e não urbanizada do Salgueiro, essa realidade mudou. “Vi minha comunidade crescer muito ao longo dos anos, mas os serviços públicos nunca acompanharam a mudança. Finalmente tenho água todo dia”, afirma Eunice. Ela é uma entre as 248 mil pessoas que passaram a receber água tratada em casa, pela primeira vez.

Prioridade para moradores de comunidades

Para levar morro acima 50 mil metros de água por hora, no pé do Salgueiro, a empresa instalou um sistema de bombeamento (booster), o que garante a pressão na nova rede. De acordo com o diretor-executivo da superintendência de Comunidades, Renan Mendonça, a vazão de água será suficiente para a demanda atual e futura da região. 

“Não existia rede padrão nessa região e onde havia fornecimento a pressão não era suficiente para atender os moradores. Esse trabalho faz parte de um conjunto de ações de melhorias que estamos executando nas comunidades para universalizar o serviço de água e garantir qualidade de vida para a população”, explicou Renan.    

Receber água: melhor notícia

Com a chegada da rede formal de abastecimento, a dona de casa Eliane Darcle Nascimento, 57 anos, não vai mais precisar manter em frente a sua casa quatro galões para armazenar água. “Não tem notícia melhor que receber água. As pessoas que moram no asfalto não sabem como é viver com água caindo uma ou duas vezes na semana. Não vou desperdiçar nada, mas hoje quero comemorar”, contou jogando água de mangueira no neto.  

De acordo com o diretor-superintendente de Comunidades, Guilherme Campos, a ação no morro do Salgueiro faz parte do programa de melhorias da Águas do Rio, no caminho da universalização dos serviços.

“O nosso foco é levar serviços às áreas de maior vulnerabilidade social, como o topo das comunidades cariocas. Historicamente, esses espaços são habitados por pessoas mais vulneráveis, aquelas sem acesso aos direitos básicos. Queremos garantir dignidade e qualidade de vida, especialmente para essa população que durante anos sofre com a falta de saneamento básico”, afirma.   

Abrir a torneira é uma alegria

Em um ano, foram mais de 3,3 milhões de pessoas impactadas positivamente com melhorias no abastecimento feitas pela Águas do Rio. Nádia Soares Ferreira, de 57 anos, viu a vida mudar para melhor com a chegada da rede formal de água no Morro da Mangueira. 

Ela conta que passou a vida dependendo da ajuda dos outros para resolver questões básicas do dia a dia. “Hoje, abrir a torneira é uma alegria”,  afirma Nádia, que trabalha cuidando de crianças. Para a água tratada chegar à casa dela, foram abertas 160 km de redes.

Família reunida para comemorar a chegada da água

Os moradores da Vila Urussaí, em Duque de Caxias, também sofriam com o abastecimento precário. Mesmo um gesto simples como lavar o cabelo durante o banho de chuveiro não fazia parte do dia a dia de muitas pessoas dessa localidade.

Era um sonho, como relatam. Sonho que está se tornando realidade. É que a Águas do Rio realizou melhorias operacionais no sistema que abastece o bairro e agora a população comemora a chegada da água tratada com fornecimento regular.

“Eu vivo aqui há 22 anos e, durante todo esse tempo, eu pegava minha bicicleta para transportar os galões de água que eu tinha de encher. Esse era o único jeito de ter água para atender as necessidades básicas da minha família. Foram anos e anos nesse sacrifício, mas agora tudo mudou. Minha torneira cai água clarinha”, comemora a moradora, Cristiane Vilela.

Ela vive com a família de sete pessoas, sendo três crianças, e avalia a importância de ter acesso à água tratada. “Água é saúde, né? Então só tenho o que agradecer a Águas do Rio por ter proporcionado essa grande felicidade, que é poder abrir a torneira e sair água limpa todos os dias, sempre que precisamos”, completa Cristiane.

“Focamos em levar água para quem nunca teve, melhorar o fornecimento em locais com abastecimento precário e dar capacidade de reserva de água onde sempre faltou”, explica o diretor-presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini.

Obra leva esperança para moradores

Em Magé, após anos de obras paradas, a Águas do Rio entregou a primeira estação de tratamento de água do município. Com um reservatório que pode armazenar cinco milhões de litros e abastece hoje 50 mil pessoas, a concessionária reacendeu a esperança dos moradores. 

“Moro em frente à ETA, e ver esta obra sendo entregue depois de tanto tempo traz esperança pra gente, porque água é saúde, é dignidade. Já precisei andar duas horas para buscar água. Agora isso vai ficar no passado”, lembrou o morador Jorge Luiz Pacheco, de 49 anos.

Esgoto coletado e tratado na Rocinha

Na Rocinha, na zona sul da capital, a implantação de 18 metros de rede de esgoto mudou a vida de Patrícia Souza, de 37 anos, dona de casa, mãe de quatro filhos pequenos. Por 20 anos, ela conviveu com uma vala em frente à sua casa. 

“Onde hoje está limpo ficava o esgoto que escorria lá de cima dos vizinhos e passava aqui na porta. Meu filho de 9 anos caiu um dia naquela água e pegou sarna. Agora dá pra caminhar mais tranquila na comunidade”, conta Patrícia, feliz com a nova vida.

Gerando desenvolvimento econômico e profissional para os moradores

Em comunidades, foram mais de 144 mil manutenções dos sistemas de água e de esgoto onde serviços públicos não entravam. De acordo com Bianchini, o contrato de concessão prevê que a empresa invista 1,2 bilhão nas 523 favelas da área de atuação da Águas do Rio nos próximos anos.


“Queremos o desenvolvimento econômico, profissional, a transformação de vidas em cada uma delas. É por isso que contratamos moradores de comunidades. São pessoas que, muitas vezes, não tinham perspectivas ou oportunidades de emprego formal e que agora ajudam a levar água e dignidade para parentes, amigos e vizinhos”, afirma o diretor-presidente.

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