A água é um recurso finito e, em 2021, o Brasil enfrenta uma grave crise hídrica. O principal evento que desencadeou a falta de água nos mananciais em algumas regiões brasileiras foi a pior seca em 91 anos, que reduziu níveis de reservatórios de abastecimento e afetou também a produção de energia elétrica.
Além disso, apesar do Brasil ter a maior quantidade de água doce do planeta, 12% do total, ela não está disponível para todas as regiões da mesma forma. Na Região Norte, por exemplo, que apresenta as menores densidades habitacionais, possui cerca de 70% das reservas nacionais.
Outro fator é que nem toda a água serve para o consumo sem tratamento e, até que ela seja captada, ainda em sua forma bruta, percorre um longo caminho para chegar às estações de tratamento e chegar ao destino final, para levar saúde e qualidade de vida aos brasileiros.
Para tal, é preciso que ela passe por processos de tratamento e controle de qualidade. Estima-se que aproximadamente 829 mil pessoas no mundo morram de diarreia no mundo como resultado de consumo de água e higiene inadequadas. Essas causas representam 60% de todas as mortes relacionadas à doença.
Para evitar números assim, as unidades da Aegea trabalham com planejamento estratégico e planos que preveem formas de manter o abastecimento, mesmo na estiagem. Seguem também padrões rigorosos de tratamento em todas as etapas, desde a captação até a distribuição final.
Garantindo um produto de qualidade, as concessionárias permitem que a água cumpra uma de suas principais funções, a de promover saúde, seja pela hidratação, no preparo dos alimentos, nos cuidados com a higiene.
O coordenador de Operações da Águas de Penha (SC), Gabriel Fasola, nos mostra o caminho percorrido – o processo é muito semelhante em outras concessionárias.
Confira o caminho que a água percorre e as etapas do tratamento
Captação: a água bruta é captada e transportada por meio de uma adutora até a estação de tratamento de água (ETA).
Coagulação: ao chegar à ETA é adicionado à água um produto para clarificação, chamado Policloreto de Alumínio (PAC), que favorece a formação de flocos.
Floculação: nessa etapa os flocos unem-se uns aos outros, e tornam-se formações ainda maiores e mais pesadas. Essa unificação irá facilitar no processo de decantação.
Decantação: a água permanece em repouso para que os flocos formados anteriormente possam sedimentar para o fundo do tanque.
Filtração: após a decantação, a água passa pelos filtros (formados por cascalho, areia e carvão ativado). Nessa etapa, as impurezas que ainda restaram ficam retidas no filtro, além disso, a água sofre a desodorização pela presença do carvão ativado.
Fluoretação: é adicionada à água uma quantidade de Ácido Fluorsilícico (H2SiF6).
Cloração: o cloro também é adicionado à água com o objetivo de eliminar os microrganismos presentes.
Correção do pH: aqui ocorre a correção do pH através de um produto chamado hidróxido de cálcio. Ele tem a capacidade de diminuir a acidez.
Os padrões de potabilidade são determinados pela Portaria de Consolidação nº5 de 28 de setembro de 2017. Eles são analisados diariamente pelas concessionárias da Aegea.
Armazenamento e distribuição: finalmente a água já tratada pode ser distribuída para a população, reservada em caixas d’água ou reservatórios.